Boas vindas

O objetivo principal deste blog é edificar vidas.

Os artigos e informações aqui contidas visam tão somente tornar as pessoas mais conscientes de si; seguras na busca do entendimento sobre o mundo, os fatos, as pessoas; acreditem mais na construção de um mundo melhor e na beleza da criatura humana. Bom proveito !

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domingo, 20 de outubro de 2013

A voz da consciência

Esse tema sempre me fascinou. Gosto muito de procurar entender o meu interior. Nessa caminhada sempre chego a conclusões maravilhosas. Quando li o artigo abaixo, fiquei encantado. Apressei-me em repassar para os amigos. Foi publicado no Jornal O Povo de hoje, dia 20/10/2013, na página 28, muito bem escrito por Edilson Santana, Promotor de Justiça. Curta bem. Servirá de uma bela reflexão.

            Inspirando-se em Platão, no livro dois de A República, conta-se que Herbert pôs o anel de Giges no dedo e foi imediatamente surpreendido pelo que viu: nada. Tornou-se invisível. Tendo acostumado-se a ocultabilidade, começou a questionar o que deveria fazer. Logo veio a ideia de entrar em vestiários de mulheres, cometer pequenos furtos, desatinos, induzir pessoas ao erro e à infelicidade. Porém, pretendia resistir a tais impulsos, tentando imaginar o que faria de bom. No entanto, era mais tentador praticar o mal. Nesse estado, perguntava-se quanto tempo conseguiria resistir a tirar vantagens de sua invisibilidade. A qualquer momento poderia falhar. Um instante de fraqueza e lá estaria ele praticando atos imorais, espiando mulheres peladas, roubando etc. Quem, no caso dele, teria forças para resistir?
Aduz a história que a moral é constituída de proibições feitas a si mesmo, independentemente de qualquer recompensa ou sanção. Com efeito, a ocultação não autoriza ninguém a exercer a vingança, debochar dos mais fracos, praticar atos obscenos ou libidinosos, caluniar, torturar e até assassinar. A imperceptibilidade não isenta da culpa. O homem está obrigado a submeter-se às regras de moralidade universalmente válidas e exigíveis, respeitando a humanidade em si e no outro.
A lei moral é a que o indivíduo prescreve a si mesmo de forma livre e autônoma e a cumpre voluntariamente, mesmo estando sozinho. O anel de Giges é o meio através do qual se faz um teste de firmeza moral e, geralmente, revela que o ser humano, dada à sua própria condição, é corruptível. O anel desvenda a estrutura interior, revela a pessoa em sua essência, desprovida de hipocrisia. É provável que nem todos sairiam por aí cometendo atos ilícitos. Não se tornariam profissionais do crime, mas, certamente alguns direitos seriam violados.
Que resposta viria se fosse perguntado às pessoas como os outros e elas mesmas comportar-se-iam com o anel? A maior parte transformaria os semelhantes em monstros e, a si, em almas bondosas e íntegras. Isso, e somente isso, já seria grave falta de moralidade.

A moral, enfim, é “a voz imortal da consciência”, constituída por normas que as gerações milenares acumularam, retiveram, selecionaram e valorizaram. Qual a razão dessas normas? A sobrevivência e o desenvolvimento humano, os supremos interesses da sociedade e a preponderância do amor sobre a vingança, consoante ensinamento de Jesus. Eis aí em que se fundamenta a necessidade da verdadeira ética. Quem dela poderia prescindir?                               

Edilson Santana 

sábado, 5 de outubro de 2013

UM BELO EXEMPLO A SER SEGUIDO.

ESTUDANTES TREINADOS POR PROFESSORES MEDIAM CONFLITOS EM ESCOLA PÚBLICA DE SP
Uma escola estadual de São Paulo recrutou os próprios alunos para resolver os conflitos entre os colegas. Essa medida também ajuda a prevenir a violência.
O resultado foi a redução do número de alunos que iam parar na famosa diretoria. E os alunos também passaram a se envolver mais com o dia a dia da escola. Esse é um bom exemplo que vai ser apresentado em um congresso que reúne milhares de professores e educadores preocupados em melhorar a escola pública.
Líderes na brincadeira e também quando o assunto é sério. São um grupo de estudantes treinado por professores para mediar conflitos na base do diálogo.
“Vocês vão mostrar os direitos e os deveres em cima disso aqui, que é super didático e bem fácil de a criança aprender”, diz uma professora.
“Tem que ser pessoa que está a fim de ajudar, que está a fim de ser voluntário na escola para fazer parte do projeto. Tanto que a única exigência deles é escrever, porque eles querem ser mediadores”, explica Maria Aparecida Borga, professora mediadora.
A atuação dos alunos mediadores ajudou a resolver com mais rapidez os problemas de indisciplina na escola. De cada dez casos que chegam até eles, só dois vão parar na diretoria. O restante é solucionado no pátio ou nos corredores com uma boa conversa.
Foi assim que Mateus e Jéssica, de 16 anos, conseguiram esfriar a cabeça das amigas Geisanne e Vitória, de 14.
Com alguns conselhos, a dupla mais velha ajudou as meninas a fazer as pazes. “A amizade era maior do que o problema e a gente pôde ver que depois de quatro dias elas voltaram a se falar quando a gente mostrou os dois lados. Elas pensaram e voltaram a se falar. Isso me deixou muito feliz”, diz Jéssica da Silva, 16 anos.
O projeto pioneiro, iniciativa de uma professora que foi recrutada para resolver conflitos entre alunos no ambiente escolar. O programa conhecido como Professor Mediador é destaque em um seminário, que reúne dois mil professores do estado de São Paulo. O projeto de prevenção à violência já está presente em quase 2.500 escolas paulistas.
As discussões interessam a milhões de estudantes que sofrem algum tipo de violência. Mesmo a mais leve. Maria Luiza sofreu o chamado `bullying` de colegas meninos só porque gosta de jogar futebol. Tudo foi resolvido com a mediação de alunas mais velhas. “Depois daquele dia foi tudo normal, os meninos não ficavam mais me ofendendo, eles até me chamavam para brincar”, conta Maria Luiza.

RODRIGO BOCARDI - BOM DIA BRASIL - G1 GLOBO.COM - 02/10/2013 - RIO DE JANEIRO, RJ

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

As escolas e as múltiplas faces das reuniões de pais

Resolvi fazer uma retrospectiva, uma verdadeira viagem no túnel do tempo, para identificar as mudanças ocorridas nas reuniões de pais e mestres, promovidas tradicionalmente pelas escolas. A conclusão foi maravilhosa. Descobri que existem pontos comuns entre o ontem e o hoje, e ao mesmo tempo, identifiquei profundas diferenças nas diversas maneiras de acontecer. Eis um resumo do que constatei.
A necessidade de reunir escola e família para tratar de assuntos educacionais comuns foi constatada em todos os momentos. Desde os anos sessenta, período inicial da retrospectiva, até os dias de hoje, sempre aconteceu tais encontros. Nos últimos anos chegou a ser considerado indispensável para a elaboração e execução da proposta pedagógica de cada escola. Resistiu até mesmo o corre-corre da vida moderna. Forte demonstração de que juntos, escola e família, se sentem melhores.
Em algumas escolas a freqüência é quase sempre animadora, enquanto noutras o resultado é tão desestimulante que logo é cogitado se vale a pena continuar promovendo tais encontros. A boa freqüência é constatada mais no interior e na periferia da capital, enquanto nas escolas de bairros com melhor poder aquisitivo a freqüência é proporcionalmente bem menor.
Inicialmente a presença era predominantemente das mães. Com o passar do tempo, os pais foram se aproximando e hoje há equilíbrio de freqüência entre pais e mães. Isso denota que as mães foram assumindo a responsabilidade também de provedora e os pais foram assumindo a responsabilidade de também cuidarem dos filhos.  Essa é a parte mais linda e significativa de tudo que foi constatado.
Na maioria das escolas, o tempo, a pauta e a metodologia adotada deixam muito a desejar. Essa foi a parte mais triste das constatações. Não estão em sintonia com os interesses e ansiedades dos pais; não estão atentas as mudanças do mundo moderno; desconsideram a objetividade no trato dos assuntos; ignoram a distribuição do tempo; os assuntos gerais são mais destaques elogiosos a atuação da escola, advertências aos pais omissos e criticas ao mundo de hoje; os assuntos específicos sobre como está a turma do seu filho, nem sempre é dedicado o tempo necessário.

Muitas outras observações podiam ser feitas, mas as que foram ditas são suficientes para demonstrar que o assunto necessita ser revisto e repensado. Por ser um tema de alta importância para a educação, o melhor presente que a escola poderia dar aos pais nesse mês de agosto seria iniciar um processo de modernização das reuniões de pais e mestres.

José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com

domingo, 11 de agosto de 2013

UMA HOMENAGEM AOS PAIS MATERNOS



Vejo com certo encantamento o surgimento de uma geração de pais que não se intimidam em realizar tarefas antes tidas como femininas. Tenho orgulho deles. Em vez de ficarem reclamando e se maldizendo do ingresso da mulher no trabalho, preferiram entender o novo tempo e passaram a se envolver também com as tarefas domésticas. Foi a forma que encontraram para apoiar à mulher que agora estava ajudando também no sustendo da família. Isso se chama sabedoria. A paz em família começa por ai. Muito justo, pois, nesse mês que é dedicado aos pais, prestar uma merecida homenagem a todos os pais que se tornaram também maternos, sem medo de perder a sua masculinidade.


Sobre o assunto, transcrevo parte da entrevista como chefe do departamento de psiquiatria da criança e do adolescente do hospital de Salpêtrière, em Paris o psicanalista Serge Hefez, publicada pela Revista Cláudia de agosto 2013, n* 8, Ano 52. Ele está habituado a receber a família de seus pacientes. Em 25 anos de experiência, quase sempre era a mãe que comparecia ao consultório. Mas, nos últimos tempos, ele vem notando que, em um número crescente de vezes, é o pai que acompanha o tratamento do filho. É um sinal claro, defende o especialista, de que há homens em plena transformação, cada vez mais disposto a assumir tarefas tidas como femininas. “Isso gerou uma crise em torno do conceito de masculinidade”, afirma Hefez, autor de Homens no Divã (Benvirá), livro recém-lançado no Brasil. Eis três de suas constatações.

1. HOJE ELES SE IMPORTAM MAIS COM A PROLE. “De modo geral, os homens sempre gostaram de ter filhos, mas só agora começaram a estabelecer maior conexão com as crianças, a se interessar pelas necessidades delas e a participar das necessidades delas e a participar dos cuidados desde o início da vida. Alguns pais de hoje trocam fraldas e alimentam o bebê. Isso porque, finalmente, eles perceberam o poder que os pequenos têm de enriquecer os adultos. Por meio dos filhos, passam a se ver completos, sentimento que antes era relacionado apenas à natureza da mulher.”

2. NOVOS CONCEITOS ESTÃO SE FORMANDO. “As mulheres conquistaram o mercado de trabalho pra valer e hoje lideram em vários campos. Os homens, por sua vez , estão ingressando nas áreas tradicionais delas, como a casa e os filhos. Mas isso não significa que estão se tornando mais femininos. Acredito que todos nós caminhamos para ser ‘pessoas universais’. Ao vestir tailleur, a mulher não se masculinizou e, ao cuidar do lar, o homem não perdeu a sua masculinidade. Os conceitos mudaram.”

3. UMA CRISE ESTÁ TORNANDO OS HOMENS MAIS AMOROSOS. “Vejo que muitos se perguntam o que significa ser homem em nossa sociedade, porque houve uma revisão de papéis. Ambos os sexos agora podem assumir os mesmos papéis- e estão assumindo. As mulheres tiveram questões semelhantes há alguns anos: ‘se for trabalhar, ainda sou mulher? Ou: ‘o que é ser bom pai?’ No consultório, observo que há homens muito interessados em ser mais amorosos e atenciosos com os filhos e a parceira.”

José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com

quarta-feira, 17 de julho de 2013

O despertar da sensibilidade que existe em cada um

Essa semana foi riquíssima em experiência. Cada qual a mais preciosa. Todas me impressionaram muito e me conduziram à valorização dos sentimentos humanos. Começou com o lançamento de um livro de poesia. Na apresentação, destaque para a sensibilidade do autor e a beleza de suas poesias. Depois, no face, um jovem acadêmico de economia da UFC expõe a sua sensibilidade exaltando a beleza de um dia nublado. Sua narrativa é encantadora! Na praia, um amigo curitibano mostra-me as fotografias que tirou nas praias de Morro Branco. Uma chamou-me a atenção. Nada demais. Apenas dois cocos verdes, com a parte de cima aberta e cada um com um canudo, encostados um ao outro como dois seres se amando. Um toque de sensibilidade em dois seres brutos. Por fim, um jovem catador de lixo, em plena rua da aldeota. Muito educado, simpático e com aparência de pessoa feliz. Em seu “carro”, estava uma rosa que, por certo encontrou por ai. Como o sinal demorou, pude ver de perto a bela paisagem e curtir aquele momento lindo.
Essas experiências mexeram comigo. Passei um bom tempo analisando a resistência de muitas pessoas ao relacionamento superficial que teima em existir. Vi claramente um antagonismo entre o mundo moderno da tecnologia, com ênfase ao material e o pós-moderno que surge valorizando as pessoas e seus sentimentos.
Cada pessoa é dotada de sentimentos e valores humanos. Em alguns, a vida ceifou esses belos sentimentos. Em outros, houve cultivo, por isso cresceram e embelezaram o mundo. Nesse contexto, cabe a nós educadores, tanto em família como na escola, ficarmos atentos, primando pelo cultivo desses belos sentimentos e eliminando qualquer ação que venha atrofiá-los.

A nossa atuação pode ser de várias maneiras em qualquer tempo. Não precisa determinar. Tem apenas de ser urgente e envolver todas as pessoas, em qualquer que seja a circunstância. O desfio é enorme – precisamos despertar a sensibilidade que existe em cada ser humano. Agora, mão a obra. É simples, pode até começar com pequenas perguntas ao filho ou aos alunos. O que você diz da cor dessa porta? Qual a diferença entre o jogo do Brasil com a Espanha e a luta do Anderson na UFC? Por que as nuvens estão indo naquela direção? Por que o Congresso Nacional está agora agindo tão rápido? Por que tememos algumas pessoas e outras não?  Quem já presenciou o por do sol? O que mais lhe toca, a lua nova ou a lua cheia? O que você tem a dizer sobre um ônibus lotado, uma cadeira quebrada ou uma pessoa morando na rua? Andar na praia traz alguma sensação em você? E um pássaro cantando? Que diferença existe entre um sorriso, uma cara fechada e um olhar triste? Ah,como temos belas perguntas a fazer!    
José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com

quarta-feira, 12 de junho de 2013

EXISTE A IDADE CERTA PARA COMEÇAR A NAMORAR?

Já houve tempo que os pais estipulavam 15 anos para as meninas e 18 para os meninos, embora o controle maior fosse com relação às meninas.  Algumas obedeciam, mas para outras, o jeito era namorar escondido. Hoje, ainda há recomendação, porém sem muito rigor. Mas, realmente há ou não a idade ideal para emplacar o primeiro namoro? Se há, baseado em que ela foi a escolhida?
Por força da enorme variedade de tipos de pessoas, acredito que nenhuma idade pode ser eleita. Existe, sim, a idade ideal para cada pessoa, mas não uma única para todo mundo. Seria o mesmo que impor o manequim 42 para todos. Para uns ia ficar apertado ou folgado; para outros, o tamanho ideal.
Analisemos as situações a seguir: a) uma menina no início de sua adolescência é feliz em ter amigas, mas não tem nenhum interesse em namorar; b) um menino gosta de estar só ou com certos amigos, mas não passa por sua cabeça namorar tão cedo; c) um menino, em pleno Infantil III, gosta dos amigos, mas tem uma paixão pelas amigas e já escolhe uma para dizer que é a sua namorada; d) uma menina, ainda na 2ª. serie, já sonha com o seu príncipe e demonstra uma grande dosagem de romantismo. Como determinar a idade x ou y para todos eles começarem a namorar? Como se percebe, idade não é o mais importante.
Importante mesmo é apresentar aos nossos filhos ou alunos, princípios e orientações sobre o namoro. Tais ensinamentos serão os guias, o norte de toda a relação amorosa e servirão para a vida inteira.
Idade certa não vem ao caso, pois ela depende da maneira de ser de cada um. Isso não significa falta de limites. Significa apenas o respeito às diferenças individuais. Uns podem começar mais cedo, outros mais tarde. Não devemos nos angustiar com isso. Trata-se do tempo de cada um. Descobrir esse tempo é uma boa tarefa e um grande desafio para ser tratado em conjunto, pais e filhos ou orientadora e alunos. Tudo numa boa. Sem estresse, sem pressão. Naturalmente chegaremos a uma sábia conclusão.
Criticas ou incentivos para demorar ou apressar o namoro, via de regra, não funcionam bem. Precisa-se ter muito cuidado quando tiver de entrar nessa área. Às vezes é necessário. A situação justifica. Mas, em todo caso, só com muito respeito às particularidades de cada um. Ai sim, as possibilidades de acertos são bem maiores.

Famílias e escolas devem trabalhar bem, preferencialmente em conjunto, a questão do namoro. Essa fase é rica em aprendizagem. É nela que ocorre a verdadeira preparação para a futura relação conjugal. Apesar da delicadeza do assunto, é muito prazeroso orientar os filhos ou os alunos que cuidamos sobre a beleza da vida amorosa. Feliz dia dos Namorados.
José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com

quinta-feira, 9 de maio de 2013

A CORAGEM, O SILÊNCIO E A ANGÚSTIA DAS MÃES


Mãe é algo muito sublime. Falar sobre elas requer sensibilidade. Entender a profundeza de seus pensamentos, o sentido do seu silêncio, a beleza de suas deduções exige recursos especiais e nem todos nós estamos aptos a utilizá-los. Mas, graças a Deus isso é possível. Basta querer e crescer nesse sentido.
Convivi e convivo com muitas mães. De todas as idades e das mais variadas situações. Aprendi muito com elas. Nelas encontrei inspiração. Delas vieram os exemplos mais lindos de carinho, cuidado, lealdade e cumplicidade. No meu modo de entender, sem elas a vida perderia o sentido. Aliás, não haveria vida.
Desejo destacar duas mães. Ambas historicamente muito conhecidas. Uma é a mãe que compareceu perante o Rei Salomão pedindo para julgar o litígio que travava com outra mulher, na disputa de quem era verdadeiramente a mãe de determinada crianças. Salomão surpreendeu as duas, determinando que o soldado partisse a criança ao meio e desse uma banda para cada. Uma delas gostou da idéia, mas a outra, e é essa que desejo homenagear, gritou e pediu para não fazer isso. Preferia perder a criança a vê-la mutilada. Salomão deu a criança a ela e disse :você é verdadeiramente a mãe dessa criança”. 
A outra mãe que faço menção honrosa e quero homenagear neste texto é Maria, mãe de Jesus. Ela sabia que Ele era o Filho de Deus, antes mesmo dele nascer. Porém, preferiu obedecer a ordem Divina e guardou essa revelação em silêncio, bem no fundo do seu coração. Essa cumplicidade perdurou por mais de trinta anos. Guardar no coração não é fácil. Às vezes dói, mas Maria suportou muito bem. Hoje, todos nós fomos beneficiados por essa belíssima atitude de Maria. Ela não precipitou os acontecimentos. Deixou tudo acontecer conforme Deus havia dito e Jesus pode concluir a sua obra e cumprir a sua missão.
Na escola, o contato com as mães é muito intenso. Elas são presenças constantes. Ora agradecendo ou reclamando; elogiando ou criticando, mas sempre presentes. São conscientes que a escola é fundamental para a educação do filho. Sentem que sozinhas fica mais difícil cumprir sua missão de mãe. Às vezes se angustiam e é por isso que chegam até mesmo a atrapalhar o trabalho da escola.
Aproveitando a semana das mães, fica aqui o apelo a todos nós que somos operadores da educação, no sentido de que tenhamos paciência com as mães de nossos alunos. Elas precisam da nossa ajuda e clamam por alguém que as compreenda. Vamos apagar qualquer lembrança negativa que ficou em nossa mente por causa de alguma agressão por parte de determinada mãe. Perdão para elas. O momento é de compreensão e colaboração. Vamos caminhar juntos, de mãos dadas. Agindo assim, quem ganha é a educação e por via de conseqüência, o nosso aluno. Às mães com carinho, colegas educadores

José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com

quarta-feira, 3 de abril de 2013

HISTÓRIA INFANTIL – A PRÓPRIA CRIANÇA SENDO AUTORA.


Li recentemente uma matéria com o escritor espanhol Gonzalo Moure, produzida pela Jornalista Aryane Cararo, sobre literatura infantil, publicada no Jornal O Estado de São Paulo, em 07/03/2013, com o seguinte título `Há razões para ignorar a literatura infantil`. No texto, uma contundente crítica – os autores brasileiros não avançaram. Diferentemente, segundo o entrevistado, os autores americanos e europeus inovaram, evoluíram, por isso avançaram.
 A fundamentação da crítica era que os textos, as histórias na literatura infantil brasileira eram escritas para a criança, mas com forte viés em quando se tornar adulta. Não visava a criança pela criança, mas a criança adultinha, projeto de adulto.
Com essa preocupação, a criança deixava de ser o objetivo maior. A preocupação era formar adultos. Ele desafiava – percam o medo e tenham a coragem de escrever para a criança hoje e não para o adulto de amanhã.
Refletindo sobre essa crítica, veio-me uma idéia e passo para os leitores. Que tal utilizar a própria criança para escrever as suas histórias? Nas idades entre 5 e 8 anos, a criança gosta de ouvir e é fértil em criar histórias..Elas interagem com quem está contando. Completam a narração, inventam detalhes e chegam a desviar para outra idéia. Isso ocorre entre as series do Infantil V até a segunda do Fundamental. Em meio a essas idades, em muitas escolas, é feito o lançamento de um livro contendo os textos da própria criança. Trata-se do primeiro livro escrito por ela. Os pais adoram. Os educadores vibram demais. Esse evento emociona. Trata-se de uma linda solenidade, fortemente cultural e afetiva.
Os educadores bem que poderiam aproveitar esse tradicional evento para incluir em seus livros histórias criadas e contadas por elas mesmas. Pode ser em texto ou contada por elas e a professora transcrevia. Depois, selecionava as melhores histórias e seriam publicadas em um livro de histórias infantis contadas pelas próprias crianças. A vantagem é que as histórias seriam de crianças para crianças, sem preocupação de formá-las adulto.
A outra vantagem é que seria um grande laboratório para captar as histórias infantis que realmente sejam de interesse das crianças. Os escritores brasileiros teriam um grande acervo sobre o que as crianças pensam e gostam. E mais ainda, estaríamos descobrindo e aperfeiçoando grandes talentos, exímios escritores.
Quem se habilita? Estamos no início do ano letivo. Dá tempo planejar para lançar nas festas de fim de ano. No próximo dia 18 de Abril teremos grandes debates, exposições  e comemorações em face do 18 DE ABRIL SER O DIA NACIONAL DA LITERATURA INFANTIL. Ótima data para lançar o projeto.

José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com  

Livro Infantil é um mundo de fantasias em cada página

Achei simplesmente magnífico o texto abaixo, escrito por Marcelo Brandão - Agência Brasil - 02/04/2013 - Brasília, DF sobre a literatura infantil. É gostoso de ler. Pode curtir.
Era uma vez... É assim que tudo começa. São três palavras simples, mas quando estão juntas abrem as portas para um mundo novo, imprevisível. O primeiro “era uma vez” de uma criança normalmente é seguido de outros tantos. É uma viagem sem volta. E realmente desse mundo fantástico ninguém quer voltar.
O contato com livros infantis não tem idade mínima nem contraindicação. Estimula a criatividade e mostra um infinito de possibilidades, não só na imaginação. “Os livros de hoje incluem textura, relevo e o livro trabalha essa questão sensorial. Hoje, as crianças têm muito mais oportunidades de serem estimuladas. Em um livro você trabalha visão, tato e noção de profundidade em crianças muito pequenas”, explica o neuropediatra Christian Müller.
Mas o livro não é apenas para crianças que já sabem ler. Essa relação pode começar muito antes, com benefícios que vão muito além da história. “A construção de interpretação textual, utilizada na escola, começa na imaginação. E a imaginação é despertada com os livros que os pais leem para suas crianças. Importante também é o vínculo, que é estreitado quando os pais leem histórias para seus filhos ”, diz Müller.
Hoje (2), se comemora o Dia internacional do Livro Infantil, para lembrar que, há 208 anos, nasceu o dinamarquês Hans Christian Andersen. Muitos não conhecem esse nome, mas certamente não se esquecem de suas obras: O Patinho Feio, O Soldadinho de Chumbo, A Pequena Sereia e A Polegarzinha. A origem humilde do escritor não impediu que criasse histórias que encantaram gerações por todo o mundo. Na verdade, o contato com diferentes níveis sociais o ajudou a construir o contraste percebido em várias de suas narrativas.
O Brasil também tem seu “Hans Andersen”: José Bento Renato Monteiro Lobato. O dia de seu nascimento, 18 de abril, foi adotado no país como o Dia Nacional do Livro Infantil. Grande parte das histórias infantis de Monteiro Lobato é ambientada no Sítio do Picapau Amarelo. O sítio transporta o leitor para um Brasil rural, simples e inocente. Seus personagens, muitos deles crianças como os próprios leitores, estimulam a fantasia e a imaginação em suas aventuras. “De escrever para marmanjos já estou enjoado. Bichos sem graça. Mas para crianças um livro é todo um mundo”, teria dito o escritor.
Nós adultos, tão aborrecidos e anestesiados pelos afazeres que desabam sobre nossas costas, muitas vezes esquecemos da época em que fomos piratas dos sete mares, vivíamos em reinos encantados e conversávamos com astutos animais. Pobre é a criança que tem pressa de crescer, porque muitos adultos dariam fortunas para ser como ela por um dia que fosse.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Reflexão sobre a Páscoa


Muitas vezes, o que parece o fim
É apenas o começo.  

No período que antecede os feriados da Semana Santa é oportuno meditar sobre essa foto e a sua mensagem escrita. Serve de aprendizado e encorajamento.
Realmente, quando Cristo foi crucificado, para muitos era o fim de um grande movimento, inclusive por parte de seus seguidores.
Na verdade, ali nascia a Igreja Primitiva, que divulgaria os feitos de Cristo por toda a terra, completando assim o plano de Deus.
Para cumprir essa missão, tanto Cristo quanto os seus seguidores tiveram de  enfrentar muitos desafios e grandes dificuldades.
Quando, pois, você estiver em uma situação delicada, que pareça ser o fim de tudo, lembre-se que pode ser o começo de uma nova caminhada. E lute para acontecer.
Para completar a centésima matéria que postei no meu Blog, fiquei feliz em ser relacionado a Jesus Cristo, o verbo que se fez carne, o Deus que se fez homem.
Trata-se da minha homenagem a Jesus Cristo e aos seus seguidores.
Feliz Páscoa para todos. Cuidado com os feriados. Não exagere.
                                               
José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com  

terça-feira, 26 de março de 2013

ENTENDENDO MELHOR


É bom ir mais a fundo na análise do caso FELICIANO E A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS. O Jornal O Povo na edição de 24 de março dedicou um bom espaço para esclarecer ao leitor. Selecionei dois textos por achar serem os mais importantes.
Leia. É importante. Entenda tudo.


DIREITOS HUMANOS 24/03/2013 – Jornal OPOVO
O que a ascensão de Feliciano revela sobre o Brasil e a política
Além da ascensão política do radicalismo religioso, a indiferença da esquerda pelos direitos humanos e o descompasso entre o Parlamento e a sociedade explicam a eleição de Feliciano

O estardalhaço hoje instalado em torno da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados torna difícil acreditar que, até o mês passado, o espaço passava de mão em mão entre partidos desinteressados pelo assunto. Descartado até por quem sempre teve o tema como bandeira, a presidência precisou cair no colo de um pastor de ideias fundamentalistas para voltar aos holofotes. Mais que costura de bastidores, a chegada de Marco Feliciano (PSC-SP) ao controle da CDHM é reveladora da nova cara do poder e da sociedade brasileira.


Destaca-se nessa realidade o fortalecimento de setores religiosos de postura controversa, que se inserem no controle de pautas até então dominadas por segmentos mais progressistas. Para além de discursos na tribuna, essa bancada passa a centrar fogo nas comissões que tocam em assuntos sensíveis às igrejas, sobretudo as neopentecostais, embora a abordagem incomode mesmo segmentos evangélicos.


Forças de orientação mais religiosa que política que cresceram, organizaram-se institucionalmente e se interessaram por novos espaços, mas cuja ocupação de desses postos de destaque só ocorreu devido a uma esquerda que, no poder institucional, trocou antigas bandeiras pela governabilidade. Para que o PSC assumisse o controle da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, foi necessário que segmentos historicamente ligados à pauta dos direitos humanos deixassem o tema em segundo plano. Sobretudo o PT.


Outras prioridades
Mesmo indicando três dos 21 presidentes de comissões, o partido priorizou neste ano as áreas de Constituição e Justiça, Seguridade Social e Relações Exteriores - todos ligados diretamente à estabilidade do governo Dilma Rousseff no Congresso Nacional. “Algumas dessas comissões iriam para o PSDB (maior partido da oposição), o que seria um problema”, diz o líder do PT na Casa, o deputado cearense José Guimarães. No passado, petistas de alto prestígio dentro do partido, como os ex-ministros Nilmário Miranda e Iriny Lopes, comandaram o colegiado.


Outros segmentos que também costumavam dar prioridade à temática, como PCdoB e PDT, também abriram mão da posição ao optarem pelos colegiados relacionados a outros temas. Como ninguém mais se interessou, a indicação acabou sobrando para o PSC.


Para além do poder institucional
O descaso que forças partidárias passaram a dispensar ao assunto no Congresso não condiz com a importância que os diversos temas agrupados sob o guarda-chuva de direitos humanos mantêm na sociedade. Nas muitas manifestações que seguiram à indicação do PSC, quem antes era grupo representado passou a questionar os representantes. Reflexo do descolamento entre políticos eleitos e aqueles em cujos nomes deveriam falar.


“A comissão foi posta de lado, mas os direitos humanos não perderam importância. A intensa repercussão contra o Feliciano provou isso”, afirmou ao O POVO Domingos Dutra (PT-MA), antecessor de Feliciano na comissão.

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PROTESTOS 24/03/2013 – Jornal OPOVO
O Brasil que reagiu ao pastor Feliciano
Em plataformas virtuais e também no mundo real, manifestações que partiram desde movimentos sociais até a apresentadora Xuxa colocam o Legislativo contra a parede


Entre os desdobramentos que eclodiram após a eleição de Marco Feliciano para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, destaca-se a revelação de um Brasil que não aceitou a escolha que veio de cima. Sem dar trégua desde o dia da divisão das comissões, as muitas manifestações contra a posse do pastor travaram a pauta da CDHM e colocaram pressão sobre as maiores lideranças do Congresso Nacional.


Mais do que mostra de insatisfação com os rumos da comissão, as manifestações deixaram claro que o descaso com que a maioria dos partidos tratou a CDHM não condiz com a relevância dos temas em discussão no colegiado. A revolta atingiu desde movimentos sociais organizados à apresentadora Xuxa, que protestou pelo Facebook. As redes sociais, a propósito, têm sido o principal canal de indignação, mas as reações não ficaram restritas ao mundo virtual.


Na última quarta-feira, 20, Feliciano abriu sessão do colegiado sob vaias de manifestantes que lotavam as galerias da Câmara. Incapaz de dar prosseguimento à pauta dos trabalhos, o deputado abandonou a sala oito minutos após a abertura da reunião.


A pauta da sessão era debate sobre os direitos de portadores de transtorno mental. Porém, após quase 30 minutos de bate boca, a reunião foi encerrada sem qualquer discussão sobre o tema.


A situação colocou sob pressão o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que teria pedido que o PSC repensasse a indicação de Feliciano para o colegiado. Segundo Alves, que deu prazo para até a terça-feira, a situação do parlamentar na CDHM estaria “insustentável”.


Marco Feliciano, por outro lado, afirmou na última quinta-feira, 21, em entrevista a rádio do Grupo Estado, que não deverá renunciar “de maneira nenhuma” a presidência da comissão.


Frente Parlamentar
Apoiado pela repercussão popular do caso, grupo de deputados criou a Frente Parlamentar em defesa dos Direitos Humanos. A ideia é criar alternativa à CDHM no debate sobre os direitos humanos na Câmara, que estaria, segundo os parlamentares contrários à indicação de Feliciano, “inviabilizado” na comissão oficial. A proposta recebeu adesão inclusive de líderes partidários na Câmara, o que não costuma acontecer em frentes parlamentares do Congresso. (Carlos Mazza)

E agora


ENTENDA A NOTÍCIA


Sob pressão de movimentos populares, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), deu prazo de até terça-feira, 26, para que o PSC resolva o impasse na CDHM. Feliciano, no entanto, afirma que não irá renunciar.



A ELITE CIENTISTA ACABA ENCONTRANDO DEUS.


A busca frenética do homem pela descoberta da origem do universo e dos mistérios que envolvem o funcionamento do cérebro humano acaba encontrando a resposta mais precisa – DEUS! Não se trata de fanatismo religioso. A opinião é com base nas conclusões parciais divulgadas até então.
Desde a adolescência leio a Bíblia. Sempre o fiz de forma equilibrada querendo entender o porquê de cada palavra, texto ou fato. Andavam juntos os meus questionamentos e meu respeito a Deus. Percebi que Ele abria espaço para esse tipo de conduta do ser humano. Não desejava ser bobo e nem prepotente. Respeitava o Ser Superior, Criador do Universo. Mesmo assim, continuava com os meus questionamentos. Aprendi muito. Não comporta narrar todas, mas eis algumas.
Não se irritar, evitar permanecer com a ira, pensar no que é puro e perfeito, perdoar, compreender, amar, evitar ódio, rancor, ciúme, inveja, perseguição e tantas outras eram recomendações para o viver bem e ser feliz. Depois a psicologia descobriu a mesma coisa e passou a recomendar também aos pacientes. Antes, só os religiosos assim faziam. Que bom!
Onde a pessoa estivesse Deus saberia, não importando o lugar. Era complicado entender isso. Passei muitos anos acreditando pela fé e o respeito a Deus. Com as descobertas científicas o GPS foi produzido. Essa localização tornou-se normal. Até objetos, podem sem localizados. Basta ter um chip.
Haveria um livro que registrava todas as coisas. Cada ser humano tinha a sua anotação. Como era difícil aceitar isso! Passei longos anos sem entender, mas não tinha como desconsiderar esse texto bíblico. Com o advento da informática foi fácil entender. Hoje, com o nosso CPF o Sistema Tributário sabe tudo sobre nossos gastos. As empresas rasteiam tudo que consumimos e com isso traçam o nosso perfil. Está tudo sob controle. Ai entendi. Deus é mais do que o maior computador do mundo.
O nosso corpo é o Templo do Espírito Santo. Deus habita em nós e não nas coisas. Tai outra informação difícil de ser entendida. Mas, aceitava, mesmo questionando o como isso poderia ocorrer. Depois, os homens resolveram descobrir tudo sobre o célebro. Perceberam, até agora, que há um espaço nele de difícil identificação e já atribuem que pode ser o sentimento religioso onde pode atuar um ser superior. Ai entendi que Deus pode atuar sim dentro da criatura humana. Por enquanto é só. Entendo que a ciência não anula Deus. Ela pode, inclusive, confirmar a existência Dele.
Por fim, um dado interessante. A Agência Espacial Européia, mas que tem forte participação da Nasa, acaba de divulgar um relatório  trazendo revelações sobre a origem do Cosmos. Três delas merecem ser destacadas: a) o Universo é mais velho do que se pensava; b) confirma que houve realmente uma acelerada transformação após o Big Bang, mas apesar da matéria ser aparentemente de forma aleatória, ela não é totalmente a esmo; c) continua um enigma a existência da “energia escura”, que exerce gravidade, mas não interage com a luz.
Como diz o título acima, a elite cientista acaba descobrindo a atuação de Deus no Universo e no ser Humano, através do Cosmo ou do celebro do homem.

José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com

segunda-feira, 25 de março de 2013

”HÁ RAZÕES PARA IGNORAR A LITERATURA INFANTIL”





Transcrevo, na íntegra, importante matéria sobre a Literatura Infantil, por conter a opinião de quem se especializou no assunto e por ser oportuna, vez que estamos prestes a comemorar o Dia Nacional da Literatura Infantil, 18 de Abril. Bom proveito.




EDITORIAIS 

`Há razões para ignorar a literatura infantil`, diz escritor espanhol 

ARYANE CARARO - O ESTADO DE SÃO PAULO - 07/03/2013 - SÃO PAULO, SP 

BOGOTÁ - A literatura infantil é uma literatura de segunda classe? A pergunta por
si só já soa polêmica, mas a resposta do escritor espanhol Gonzalo Moure pôs fogo
nesta discussão nesta quinta-feira, 7, durante o 2.º Congresso Iberoamericano de
Língua e Literatura Infantojuvenil (Cilelij), realizado pela Fundação SM na Colômbia
até sábado,
9. “Há, de fato, razões para ignorá-la ou marginalizá-la. Eles têm razão para não nos
enxergar, pelas nossas próprias limitações. Somos como pássaros dentro de gaiolas.”
E as grades são a concepção de que um livro infantil tem de servir para educar, para
formar, para prevenir. Elas fizeram com que a literatura infantojuvenil, segundo
ele, não progredisse nos últimos dez anos. 

Para Moure, há dois tipos de escritores hoje: os que escrevem com mais vontade de
ensinar e os que querem fazer literatura. Ainda assim, entre esses dois há muita
intenção moralizante, quando não função pedagógica. O que está acontecendo,
segundo o escritor, é que não há uma preocupação em formar “pessoinhas”, mas,
sim, de formá-las à nossa maneira. E, assim, “não estamos sendo sinceros com elas”,
defende Moure. 

“Na vida cotidiana, poucas vezes somos capazes de nos dirigir às crianças de forma
horizontal sem tentar ensinar. A literatura infantil não é infantil nunca e a juvenil
poucas vezes é juvenil. São os adultos, possuidores de valores humanos e
humanísticos firmes, que escrevem para eles e este “para” é o pecado original
da literatura infantojuvenil.” Isso se reflete em obras literárias de cunho pedagógico,
com livros destinados à prevenção e que não abordam assuntos considerados tabus,
como sexo e religião. 

“O editor, disfarçadamente ou conscientemente, publica livros que tenham essa
qualidade. E o escritor se submete a essa exigência.” É isso o que faz com
que a literatura infantojuvenil seja vista ou classificada como um subgênero
literário, explica ele. Segundo Moure, o mundo é ainda muito polarizado nos
livros para crianças e jovens, o bem versus o mal está sempre presente nesse
tipo de escrita. “Se ela não se desprender do maniqueísmo imperante,
será sempre um subgênero.” 

Outro problema apontado por ele é que, nas últimas três décadas, houve
e ainda há uma tendência realista predominante na literatura infantojuvenil.
“Isso não tem de ser a única oferta para as crianças. Sinto que nós,
escritores, estamos estancados. Não progredimos na última década.” Para ele,
os textos literários ficaram todos muito iguais, na forma de abordagem
e nos assuntos. “Precisamos de algum ponto de ruptura”, continua. E este
ponto passa, segundo ele, pela entrada de novos autores no circuito editorial.
“Quero ver vozes novas que não repetem o que já foi escrito, o que minha
geração já fez. Quero encontrar algo que me surpreenda, que escandalize.
E isso não tem nada a ver com sexo.” 

O que seria, então, a verdadeira literatura? “A verdadeira literatura não
responde a nada nem a ninguém. Ela recria o mundo sem se importar
se o resultado final é correto ou incorreto.” Moure deixa claro que não há
receitas ou fórmulas, apenas acredita que a literatura infantojuvenil não
deva ter nenhuma obrigação, como qualquer outro gênero literário.
Ela tem de ter apenas qualidade e liberdade. Ele diz, por exemplo,
que não pede nada da literatura, só que ela o agrade, que o emocione.
“Devemos ensinar a perguntar e não ensinar o que já sabemos. A revolução
na educação e na literatura vai se dar por aí.” 

* A jornalista viajou a convite de Edições SM Brasil