Na vida moderna, elevador já faz
parte da rotina do cidadão. Por alguns segundos ou poucos minutos, estamos de
repende quase face a face com alguém. É o momento de definição: olhar ou evitar
olhar; de cumprimentar ou não; de comentar algo ou ficar calado; de ficar a
vontade ou incomodado; de ser simpático ou antipático; de curtir a pessoa ou
rejeitá-la. Nessa ocasião captamos ou transmitimos tristeza, preocupação,
desligamento, inquietação, pressa, raiva, tranquilidade, felicidade, paz ou
amabilidade. Não tem jeito. Quando
saímos do elevador trazemos ou deixamos parte de tudo isso.
Trata-se, portanto, de uma grande
oportunidade que surge, de repente, em nossa frente, para abençoar ou ser útil
às pessoas. Pode, inclusive, ser a resposta de Deus para você ou aquela pessoa.
Veja o que aconteceu comigo hoje pela manhã.
Por ser sábado, cedo tinha ido
caminhar no jardim do edifício. Verifiquei dois jovens com farda de um dos bons
colégios de Fortaleza, conversando nas cadeiras ao lado da piscina. Achei a
cena linda. Quando fui subir no elevador, eles também foram. Ficamos, eles e
eu, bem próximos, por questão de mais ou menos um minuto e meio. Perguntei que
serie eles faziam. Responderam 2ª do Ensino Médio. Continuei, e aí já sabem
qual curso superior pretendem fazer? Um disse não sei ainda. Tenho dúvidas. Eu
afirmei que isso era normal. Sugeri que cada um deles escolhesse um dos cursos
pretendidos e analisasse a fundo como ele é. Citei, por exemplo, Direito. É bom
verificar quais as disciplinas que compõem o currículo, conhecesse tudo sobre o
curso, entrevistasse algum profissional Advogado, Juiz, Promotor, Delegado e
outros mais. Depois fizesse uma autoanálise e comparasse se era isso mesmo que
ele queria ou se não tinha nada a ver com ele. Conclui a conversa ainda na
porta do 5º andar, local que eu tinha de descer. A fisionomia deles era de
compenetração, deglutindo tudo que eu falava. Demonstravam enorme prazer em
ouvir o que eu falava.
A felicidade deles me contagiou.
Chequei no apartamento morto de feliz. Agradeci a Deus aquele momento. Pedi
para que Ele abençoasse àqueles dois jovens na escolha profissional. Fiquei preocupado
e pensando: será que as escolas de Ensino Médio estão realmente cuidando bem de
seus alunos, no tocante aos seus questionamentos pessoais? E a família tem
feito algo? Tomara que sim.
José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com