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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Rivalidade entre irmãos

Ao longo dos trinta e oito anos que trabalho com educação, inúmeras vezes me deparei com pais aflitos e inseguros por constatarem rivalidade entre seus próprios filhos. Rivalidade essa que muitas vezes resultava em briga entre si. Essa aflição e insegurança têm sua razão de ser. Na verdade, almejamos para nossos filhos um relacionamento lindo e maravilhoso com todas as pessoas, principalmente com os próprios irmãos. Daí porque, mesmo que ainda sejam crianças, a situação incomoda, aumentando quando perdura na fase da adolescência. Diante desses pais, minha postura sempre foi de suavizar a angústia e o sofrimento. Apesar de minha experiência no trato do problema, nunca escrevi sobre o assunto. Ao folhear o Jornal O Povo, chamou-me a atenção um artigo com o título acima, escrito por LUANA ANDRADE, Psicóloga, Psicodramatista, Psicoterapeuta, Especialista em Terapia Familiar, em Psicologia Clínica e em Psicologia Escolar. Adorei o artigo. O assunto foi tratado de forma equilibrada e competente. Por entender que o tema é de grande valor para as famílias, achei por bem postar no meu blog. Para tanto, pedi autorização à autora, que gentilmente concedeu, adicionando, inclusive, frases sobre o assunto e recomendação de um livro. Eis o texto para o seu conhecimento. Tenha bom proveito.

O nascimento de um novo filho faz com que a família passe por uma reestruturação, experimentando sentimentos que até então não estavam presentes e com os quais agora precisará lidar. O ciúme, que promove disputas e rivalidades, geralmente se faz presente nessa hora. Pode-se dizer que a rivalidade fraterna começa logo no momento que o segundo filho nasce. Por mais que se gostem e se dêem bem, os irmãos sempre tem uma certa dose de rivalidade entre si. Eles realmente precisam dividir tudo: a casa, a televisão, os brinquedos e principalmente o amor e a atenção dos pais. Embora, a princípio, essa situação pareça difícil, é um momento rico para o aprendizado, pois certamente em outros momentos a habilidade de lidar com o ciúme será requerida. É importante que os pais evitem promover mais mudanças nesse período, pois o filho já tem muito para digerir. Justamente por isso, não é aconselhável iniciar o processo escolar nessa fase, pois a adaptação à escola poderá ser prejudicada. Os pais precisam dar espaço para que as crianças falem livremente dos seus sentimentos de ciúme, raiva, inveja, pois estes, quando aprisionados, abrem espaço para o ressentimento, a mágoa, a ansiedade. Ao saber que podem extravasar de forma adequada o que sentem, as crianças se permitem reconhecer em si mesmas tais sentimentos e podem substituí-los por outros. Os pais devem evitar fazer comparações entre os filhos, pois esses comentários geralmente são extremamente nocivos, criam situações de conflito e interferem diretamente na autoestima de um dos envolvidos, além de ferir o princípio básico de que devemos respeitar as diferenças. Os pais também devem deixar claro que cada filho é especial e valorizar as características de cada um, buscando sempre destacar as potencialidades que eles apresentam. Devem procurar não intervir em brigas, dando a chance de que eles próprios consigam se entender. E, principalmente, devem evitar dar sempre razão ao mais novo, cobrando do maior que entenda o pequeno em qualquer circunstância. A rivalidade entre os filhos é inevitável, mas pode ser controlada com o estabelecimento de uma relação aberta e compreensiva por parte dos pais.

Frases:
“A rivalidade entre irmãos deve ser entendida como um sofrimento que a criança manifesta com o nascimento do irmão mais novo e a melhor maneira de combater é através do afeto, da conversa, da compreensão e da atenção.” Brazelton Berry

“Alguma rivalidade é natural, mas sem exageros, quando não exacerbada, contribui e impulsiona no fortalecimento do vínculo, do afeto, da parceria.” Margareth Volpi

Livro: Entendendo a Rivalidade Entre Irmãos
As provocações, as discussões, a competição e as brigas ferozes entre irmãos e irmãs podem levar qualquer pai ou mãe ao desespero. O Drs. Brazelton e Sparrow indicam que, ao mesmo tempo em que isso ocorre, os irmãos estão aprendendo uns com os outros, e relações profundas e íntimas estão sendo formadas, as quais se estenderão por toda a vida. Os autores mostram como os pais podem acalmar várias das brigas, enquanto ajudam a fortalecer relações amigáveis. 


José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com