Boas vindas

O objetivo principal deste blog é edificar vidas.

Os artigos e informações aqui contidas visam tão somente tornar as pessoas mais conscientes de si; seguras na busca do entendimento sobre o mundo, os fatos, as pessoas; acreditem mais na construção de um mundo melhor e na beleza da criatura humana. Bom proveito !

Google Translator

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Protestante, Crente, Evangélico... Qual o próximo nome?


 Já estou com 77 anos.

Desde os 16 anos que acompanho e me mantenho atualizado com a religião.


O meu avô era Pentecostal.

A minha mãe casou-se com um católico.

Eles fizeram um pacto.

Nenhum dos dois ia induzir os filhos para essa ou aquela religião. Cada um, quando crescesse, escolheria qual religião seguiria. 


Assim foi feito.


Eu, influenciado por parentes, iniciei seguindo a Igreja Católica.

Gostei!

Fiz a Primeira Comunhão, ia várias Procissões e, salvo engano, fiz as sete primeiras sexta-feira de cada mês.


Cheguei na juventude e senti que a Igreja Católica não estava, na época, acompanhando a evolução do tempo e não correspondia aos meus questionamentos.


Fui para uma Igreja Batista.

Aí me encontrei!

Ainda hoje, lá estou.

Reconheço que agora a igreja Católica está mudada, procurando entender as rápidas mudanças sociais, sem descaracterizar a essência dela.


Nessa minha caminhada, acompanhei os variados nomes que eram dados aos que seguiam a Igreja Batista, Pentecostal, Presbiteriana e outras mais.


Dentre eles, inicialmente eram chamados de Protestantes, talvez pelo protesto de Lutero.

Essa terminologia perdurou por muito tempo.

Depois, chamados de Crentes.

Talvez, por acreditarem em Deus?

Não sei a explicação.

Atualmente, somos chamados de Evangélicos.

Talvez, por seguirem o Evangelho?

Não sei a explicação.


Acredito que há impropriedades em todos esses termos.


Na minha opinião, o termo Evangélico está muito desgastado.


Deveria mudar para CRISTÃO!!!

Significando quem segue os ensinamentos de CRISTO e não quem segue essa ou aquela religião.

Essa palavra diria tudo e facilitaria identificar quem segue ou não.


Levantei esse questionamento para servir de REFLEXÃO!!!


Que Deus oriente a todos nós!

sábado, 20 de agosto de 2022

TEMPO DE NAMORO E ÊXITO NO CASAMENTO


 Já participei de muitas palestras e estudos a respeito de vida conjugal. A minha carga horária dedicada a esse importante assunto é enorme. Daria um Pós Doutorado. 

Uma dessas palestras, algo me chamou a atenção. O palestrante indicava que era importante ter um bom tempo de namoro para o casamento ser bem sucedido.

Adorei esse ensinamento, pois passei cinco anos curtindo o namoro, o compromisso e o noivado para depois chegar ao casamento. Na época da palestra eu já tinha quase quarenta anos de casamento bem sucedido.

Acontece que uma pessoa levantou a mão e discordou desse conceito. Alegou que no primeiro casamento, namorou mais de sete anos e a vida conjugal foi um desastre, enquanto no segundo casamento, namorou menos de um ano e vida conjugal foi e está sendo uma bênção na vida dele, já decorridos mais de dez anos.

Aí cheguei a conclusão de que teorias e regras sobre casamento são relativas, pois dependem, em cada caso, da postura dos envolvidos e de fatos externos à vida conjugal. Portanto, não há prescrição de receita padrão e sim receita específica para cada caso, após analisar todos os sintomas e acompanhar bem as possíveis reações.

As recomendações de especialistas no assunto e de pessoas próximas aos cônjuges NUNCA devem ser desprezadas. São frutos de experiência e estudos. Todavia, devem ser analisadas, com profunda reflexão, até chegar as suas conclusões pessoais. Adicione-se a isso, o pedido a Deus para assumir o Comando e lhe conceder sabedoria e entendimento nas decisões que venham a ser tomadas.

                                                       Dr. José Milton de Cerqueira 

                                                          Educador e Advogado

                                                                                   Fortaleza, agosto de 2022.

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

DIVÓRCIO É MAIS DO QUE UMA PETIÇÃO.

Casamento não é mera Certidão. Sempre é antecedido por uma série de decisões e planejamento. Da mesma forma, divórcio é mais que uma petição. É indispensável ser também antecedido por acertos dos mais diversos. Não pode ser apenas uma decisão e a contratação de um advogado. Precisa ir além.

Eis alguns detalhes a serem considerados por ambos os cônjuges.

1. Analisar bem se o motivo é justo e se pode ser contornado ou não.

2. Compartilhar com pessoa de confiança, com experiência de vida as angústias e desacertos da vida conjugal.

3. Evitar comentário negativo sobre a pessoa do outro cônjuge, bem como sobre a vida íntima do casal.

4. Identificar bem as consequências do divórcio, antecipando situações posteriores no tocante à vida afetiva e social, condições financeiras, moradia, transporte, plano de saúde, também, se tiver filhos, as questões de alimento, educação, saúde, vestuário, lazer, vida social e outros tópicos mais.

5. Conduzir bem a divisão dos bens, a guarda dos filhos e a convivência com o outro cônjuge, principalmente em fins de semana, feriados prolongados, férias escolares, dia dos pais, dia das mães, aniversário de cada cônjuge e do filho e acompanhamento, em caso de doença ou internamento. 

6. Definir os custos da parte jurídica na contratação de advogado experiente no assunto, ou se o casal prefere a Defensoria Pública. 

Para reflexão, algumas considerações: a) o ideal é evitar o divórcio; b) temer o divórcio também não é bom; c) há casos que o divórcio foi um desastre para ambos; d) tem também casos que o segundo casamento foi uma bênção; e) não existe garantia de êxito, pois depende de cada caso e da postura dos envolvidos.

Que Deus abençoe e dê sabedoria a todos os que estejam passando por essa situação.

           Dr. Milton Cerqueira, Dra. Thayane Frota e Dra .Lívia Arruda.

 

segunda-feira, 27 de junho de 2022

OS DESAFIOS DA RECUPERAÇ ÃO EDUCACIONAL.

 

                     Aproxima-se o segundo semestre. É chegado o tempo de recuperar os alunos que estão com notas abaixo da média. Agora, o processo de recuperação vai acontecer com mais intensidade.

                    Cada estabelecimento de ensino, com certeza, vai administrar esse momento, rigorosamente dentro do que está previsto no seu Regimento e na sua Proposta Pedagógica. Supõe-se que a forma de como a escola vai proceder, já deve ter sido amplamente divulgada junto aos pais, alunos e professores, através da Agenda e dos demais comunicados da escola.                 

                   Apesar de essa prática já ser antiga, na verdade ela sempre vem acompanhada de questionamentos,     preocupações e angústias. Isso porque, afinal de conta, está em jogo reprovar ou promover o aluno. Por isso que, na verdade, o processo de recuperar o aluno, tornou-se quase sempre uma questão mal resolvida. A rigor, ninguém está plenamente satisfeito com os resultados obtidos no processo de recuperação. Tem-se a sensação de que “podia ser melhor”.

 

UM NOVO OLHAR É PRECISO.

                   Preliminarmente, é salutar fazer uma análise dos preparativos e dos cuidados de Recuperação em outros segmentos. Na MEDICINA, por exemplo, quando necessitamos recuperar a saúde, marcamos consulta, fazemos exames, compramos remédios, passamos por uma serie de procedimentos, até conseguir recuperar a própria saúde. Outro exemplo é na ODONTOLOGIA. Para recuperar um dente, passamos por vários momentos. Deixamos de trabalhar, suspendemos tudo, ficamos um bom tempo na cadeira de boca aberta, até a conclusão de todos os procedimentos. No final, é só felicidade. O dente foi recuperado. Na ENGENHARIA, acontece o mesmo esforço para recuperar algo que não estava bem. Basta perceber, quando a via pública passa por processo de Recuperação.  Haja desvios e trânsito lento! Outro sacrifício é quando precisa recuperar um carro. A mobilidade fica prejudicada. Transtorno total em nossa rotina. Suportamos tudo isso para voltar a ter um carro totalmente recuperado.     .

               Tudo isso foi dito para despertar um novo olhar na análise da Recuperação Educacional. Com esse novo olhar, facilmente se descobre que além de recuperar a NOTA, é necessário entender que antes é preciso recuperar o CONTEÚDO. Para tanto, é indispensável recuperar o ALUNO. Por certo a maneira de ele administrar os estudos e a sua vida pessoal, não está surtindo o efeito necessário da aprendizagem. A sua rotina deve ser revista, principalmente quanto às horas destinadas ao sono, à distração no celular, diversão, exercícios, estudos...

               Se não houver uma visão tridimensional na análise da Recuperação Educacional, dificilmente conseguiremos resultados exitosos. Ai continuaremos com os nossos questionamentos e angústias, entendendo que “podia ser melhor”.                

                Esse é o grande desafio!!!         

 


domingo, 5 de junho de 2022

JUNHO - O MÊS DOS NAMORADOS.


Independente da discussão em torno de se considerar ou não o Dia dos Namorados uma mera invenção do comércio visando aumentar o consumo, alavancando assim as vendas, na verdade, não podemos negar que realmente essa data também existe por envolver belo sentimento afetivo, com forte exaltação do amor e da beleza dos enamorados.

Aproveitando o numeral do dia 12 de junho, selecionamos doze conceitos e verdades sobre os Namorados.

1.   Namorar não é termo exclusivo dos que estão na fase que antecede o noivado e, depois, o casamento. Ele se aplica também e, com mais força ainda, aos que curtem o relacionamento a dois, ao longo da vida.

2.    Para os que são casados ou vivem juntos por muitos e muitos anos, o período deve ser comemorado magistralmente! Afinal, a idade avança e também avança o romantismo. Esse nunca deve desaparecer. Lutar por isso é um desafio super gostoso. Tentar e sustentar vale a pena.

3.   Comporta aqui lembrar uma verdade sobre a longa idade vivida: “Maturidade não significa o quanto você viveu. Significa o quanto você aprendeu”!

4.  A data também sugere uma boa reflexão intra e interpessoal sobre o amar. Essa reflexão reforça e aperfeiçoa a convivência. Feita a dois, grandes descobertas, sábias conclusões e belos acertos surgirão de maneira preciosa.

5.   É importantíssimo que os dois pesquisem e reflitam bem sobre as diferenças entre AMOR, SEXO, SEXUALIDADE, PAIXÃO, DESEJO E ATRAÇÃO. Todos têm conceitos e nuanças bastante diferentes. Conhecer bem cada um amplia a visão sobre o relacionamento a dois. É gostoso entender tudo isso. Evita excesso. Traz equilíbrio.

6.   Considerando o AMOR como sendo o maior e o mais importante desses sentimentos, segue para reflexão, o que o amor envolve: afeição, amizade, carinho, simpatia, ternura, valorização, respeito. Isso tudo se chama sexualidade, o que é considerado preparativo e complemento para a prática do sexo saudável a vida toda.

7.  Também é importante ressaltar as grandes diferenças na sexualidade entre duas pessoas que se amam. Uma pode valorizar mais o amor e a sexualidade, enquanto a outra pessoa pode ser mais focada no sexo em si. Administrar bem essas diferencias é de fundamental importância.

8.    O ato de presentear não é proibido e nem se torna o mais importantes. Com certeza, atos simples para comemorar o grande amor podem ser praticados, dentre eles: tomar um vinho em casa; curtir uma praça ou um local aconchegante; passear em ruas atrativas e movimentadas; assistir um filme em casa ou no cinema; ver o nascer ou o por do sol. Assim vai! O importante é comemorar com simplicidade e muito amor.

9.  As variantes do namoro às vezes assustam! As mudanças na forma de namorar antigamente eram lentas. Depois, foi havendo alterações rápidas. Mesmo respeitando todas essas mudanças, o ideal é que sejam mantido sempre a sinceridade, o respeito e a lealdade de um para com o outro.

10. O ciúme faz parte da vida. Dependendo da intensidade dele pode ser salutar e construtivo ou ser uma desgraça e acabe sendo uma destruição da vida da pessoa amada. Crimes nesse sentido não faltam.

11. Em todas as circunstâncias, colocar Deus na condução do relacionamento é de fundamental importância para a vida de ambos, pois o Criador da Vida e do Universo prima muito pela felicidade do ser humano.

12. Para reflexão dos enamorados, uma preciosa passagem bíblica:

"Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas". Filipenses 4:8

sexta-feira, 27 de maio de 2022

A BELEZA DO DIREITO E A FELICIDADE HUMANA









 Nos dois anos iniciais do meu Curso de Direito na UFC, por volta dos anos 1966 e 1967, ouvi de dois Professores, ambos Catedráticos, os reais motivos porque escolheram fazer Direito. Um disse, porque “o Advogado pode falar mais alto”; o outro disse, porque “a finalidade do Direito é a felicidade humana”. Essas confissões foram em momentos diferentes, mas ambos em sala de aula.

Essas duas respostas ficaram na minha mente, mas logo optei pelo conceito da felicidade humana e segui esse entendimento durante toda a minha trajetória de Advocacia.

Alguém pode achar estranha a junção que utilizei entre direito e a felicidade humana. Porém, não foi por mera admiração pelo Direito. Acima de tudo, foi pelo modo como o Direito surgiu. Ele veio com a finalidade social honrosa de proporcionar o relacionamento humano harmonioso, buscando evitar assim conflitos intermináveis ou desnecessários. Mesmo que para alguns os Advogados gostam mesmo é de confusão, na verdade a advocacia presta um grande serviço social e muitos advogados primam pela saudável solução de conflitos.

Portanto, todos nós que atuamos como operadores do Direito temos a nobre missão de buscar e proporcionar a felicidade humana, mesmo, e principalmente, que seja diante de um conflito. Ter conflito entre os humanos e quase normal. Normal porque a divergência sempre existirá, restando a todos nós um esforço incansável para minimizar as suas consequências e minorar o sofrimento humano.

Concluo, fazendo um apelo aos colegas da Advocacia, no sentido de que ajam sempre com uma forte inclinação para resolver as demandas da forma mais justa e sábia possível, com uma premissa interior muito forte de que se depender dele, haverá paz com todos os seres humanos a começar por ele, o próprio Advogado. Assim, haverá paz na terra. Com certeza!

Nada é impossível ao ser humano. Tentar ser um agente da paz e do bom direito, mesmo no exercício da Advocacia, é possível sim!

                                       José Milton de Cerqueira – Educador e Advogado.

                                                                                                     Maio de 2022. 

domingo, 20 de outubro de 2013

A voz da consciência

Esse tema sempre me fascinou. Gosto muito de procurar entender o meu interior. Nessa caminhada sempre chego a conclusões maravilhosas. Quando li o artigo abaixo, fiquei encantado. Apressei-me em repassar para os amigos. Foi publicado no Jornal O Povo de hoje, dia 20/10/2013, na página 28, muito bem escrito por Edilson Santana, Promotor de Justiça. Curta bem. Servirá de uma bela reflexão.

            Inspirando-se em Platão, no livro dois de A República, conta-se que Herbert pôs o anel de Giges no dedo e foi imediatamente surpreendido pelo que viu: nada. Tornou-se invisível. Tendo acostumado-se a ocultabilidade, começou a questionar o que deveria fazer. Logo veio a ideia de entrar em vestiários de mulheres, cometer pequenos furtos, desatinos, induzir pessoas ao erro e à infelicidade. Porém, pretendia resistir a tais impulsos, tentando imaginar o que faria de bom. No entanto, era mais tentador praticar o mal. Nesse estado, perguntava-se quanto tempo conseguiria resistir a tirar vantagens de sua invisibilidade. A qualquer momento poderia falhar. Um instante de fraqueza e lá estaria ele praticando atos imorais, espiando mulheres peladas, roubando etc. Quem, no caso dele, teria forças para resistir?
Aduz a história que a moral é constituída de proibições feitas a si mesmo, independentemente de qualquer recompensa ou sanção. Com efeito, a ocultação não autoriza ninguém a exercer a vingança, debochar dos mais fracos, praticar atos obscenos ou libidinosos, caluniar, torturar e até assassinar. A imperceptibilidade não isenta da culpa. O homem está obrigado a submeter-se às regras de moralidade universalmente válidas e exigíveis, respeitando a humanidade em si e no outro.
A lei moral é a que o indivíduo prescreve a si mesmo de forma livre e autônoma e a cumpre voluntariamente, mesmo estando sozinho. O anel de Giges é o meio através do qual se faz um teste de firmeza moral e, geralmente, revela que o ser humano, dada à sua própria condição, é corruptível. O anel desvenda a estrutura interior, revela a pessoa em sua essência, desprovida de hipocrisia. É provável que nem todos sairiam por aí cometendo atos ilícitos. Não se tornariam profissionais do crime, mas, certamente alguns direitos seriam violados.
Que resposta viria se fosse perguntado às pessoas como os outros e elas mesmas comportar-se-iam com o anel? A maior parte transformaria os semelhantes em monstros e, a si, em almas bondosas e íntegras. Isso, e somente isso, já seria grave falta de moralidade.

A moral, enfim, é “a voz imortal da consciência”, constituída por normas que as gerações milenares acumularam, retiveram, selecionaram e valorizaram. Qual a razão dessas normas? A sobrevivência e o desenvolvimento humano, os supremos interesses da sociedade e a preponderância do amor sobre a vingança, consoante ensinamento de Jesus. Eis aí em que se fundamenta a necessidade da verdadeira ética. Quem dela poderia prescindir?                               

Edilson Santana 

sábado, 5 de outubro de 2013

UM BELO EXEMPLO A SER SEGUIDO.

ESTUDANTES TREINADOS POR PROFESSORES MEDIAM CONFLITOS EM ESCOLA PÚBLICA DE SP
Uma escola estadual de São Paulo recrutou os próprios alunos para resolver os conflitos entre os colegas. Essa medida também ajuda a prevenir a violência.
O resultado foi a redução do número de alunos que iam parar na famosa diretoria. E os alunos também passaram a se envolver mais com o dia a dia da escola. Esse é um bom exemplo que vai ser apresentado em um congresso que reúne milhares de professores e educadores preocupados em melhorar a escola pública.
Líderes na brincadeira e também quando o assunto é sério. São um grupo de estudantes treinado por professores para mediar conflitos na base do diálogo.
“Vocês vão mostrar os direitos e os deveres em cima disso aqui, que é super didático e bem fácil de a criança aprender”, diz uma professora.
“Tem que ser pessoa que está a fim de ajudar, que está a fim de ser voluntário na escola para fazer parte do projeto. Tanto que a única exigência deles é escrever, porque eles querem ser mediadores”, explica Maria Aparecida Borga, professora mediadora.
A atuação dos alunos mediadores ajudou a resolver com mais rapidez os problemas de indisciplina na escola. De cada dez casos que chegam até eles, só dois vão parar na diretoria. O restante é solucionado no pátio ou nos corredores com uma boa conversa.
Foi assim que Mateus e Jéssica, de 16 anos, conseguiram esfriar a cabeça das amigas Geisanne e Vitória, de 14.
Com alguns conselhos, a dupla mais velha ajudou as meninas a fazer as pazes. “A amizade era maior do que o problema e a gente pôde ver que depois de quatro dias elas voltaram a se falar quando a gente mostrou os dois lados. Elas pensaram e voltaram a se falar. Isso me deixou muito feliz”, diz Jéssica da Silva, 16 anos.
O projeto pioneiro, iniciativa de uma professora que foi recrutada para resolver conflitos entre alunos no ambiente escolar. O programa conhecido como Professor Mediador é destaque em um seminário, que reúne dois mil professores do estado de São Paulo. O projeto de prevenção à violência já está presente em quase 2.500 escolas paulistas.
As discussões interessam a milhões de estudantes que sofrem algum tipo de violência. Mesmo a mais leve. Maria Luiza sofreu o chamado `bullying` de colegas meninos só porque gosta de jogar futebol. Tudo foi resolvido com a mediação de alunas mais velhas. “Depois daquele dia foi tudo normal, os meninos não ficavam mais me ofendendo, eles até me chamavam para brincar”, conta Maria Luiza.

RODRIGO BOCARDI - BOM DIA BRASIL - G1 GLOBO.COM - 02/10/2013 - RIO DE JANEIRO, RJ

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

As escolas e as múltiplas faces das reuniões de pais

Resolvi fazer uma retrospectiva, uma verdadeira viagem no túnel do tempo, para identificar as mudanças ocorridas nas reuniões de pais e mestres, promovidas tradicionalmente pelas escolas. A conclusão foi maravilhosa. Descobri que existem pontos comuns entre o ontem e o hoje, e ao mesmo tempo, identifiquei profundas diferenças nas diversas maneiras de acontecer. Eis um resumo do que constatei.
A necessidade de reunir escola e família para tratar de assuntos educacionais comuns foi constatada em todos os momentos. Desde os anos sessenta, período inicial da retrospectiva, até os dias de hoje, sempre aconteceu tais encontros. Nos últimos anos chegou a ser considerado indispensável para a elaboração e execução da proposta pedagógica de cada escola. Resistiu até mesmo o corre-corre da vida moderna. Forte demonstração de que juntos, escola e família, se sentem melhores.
Em algumas escolas a freqüência é quase sempre animadora, enquanto noutras o resultado é tão desestimulante que logo é cogitado se vale a pena continuar promovendo tais encontros. A boa freqüência é constatada mais no interior e na periferia da capital, enquanto nas escolas de bairros com melhor poder aquisitivo a freqüência é proporcionalmente bem menor.
Inicialmente a presença era predominantemente das mães. Com o passar do tempo, os pais foram se aproximando e hoje há equilíbrio de freqüência entre pais e mães. Isso denota que as mães foram assumindo a responsabilidade também de provedora e os pais foram assumindo a responsabilidade de também cuidarem dos filhos.  Essa é a parte mais linda e significativa de tudo que foi constatado.
Na maioria das escolas, o tempo, a pauta e a metodologia adotada deixam muito a desejar. Essa foi a parte mais triste das constatações. Não estão em sintonia com os interesses e ansiedades dos pais; não estão atentas as mudanças do mundo moderno; desconsideram a objetividade no trato dos assuntos; ignoram a distribuição do tempo; os assuntos gerais são mais destaques elogiosos a atuação da escola, advertências aos pais omissos e criticas ao mundo de hoje; os assuntos específicos sobre como está a turma do seu filho, nem sempre é dedicado o tempo necessário.

Muitas outras observações podiam ser feitas, mas as que foram ditas são suficientes para demonstrar que o assunto necessita ser revisto e repensado. Por ser um tema de alta importância para a educação, o melhor presente que a escola poderia dar aos pais nesse mês de agosto seria iniciar um processo de modernização das reuniões de pais e mestres.

José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com

domingo, 11 de agosto de 2013

UMA HOMENAGEM AOS PAIS MATERNOS



Vejo com certo encantamento o surgimento de uma geração de pais que não se intimidam em realizar tarefas antes tidas como femininas. Tenho orgulho deles. Em vez de ficarem reclamando e se maldizendo do ingresso da mulher no trabalho, preferiram entender o novo tempo e passaram a se envolver também com as tarefas domésticas. Foi a forma que encontraram para apoiar à mulher que agora estava ajudando também no sustendo da família. Isso se chama sabedoria. A paz em família começa por ai. Muito justo, pois, nesse mês que é dedicado aos pais, prestar uma merecida homenagem a todos os pais que se tornaram também maternos, sem medo de perder a sua masculinidade.


Sobre o assunto, transcrevo parte da entrevista como chefe do departamento de psiquiatria da criança e do adolescente do hospital de Salpêtrière, em Paris o psicanalista Serge Hefez, publicada pela Revista Cláudia de agosto 2013, n* 8, Ano 52. Ele está habituado a receber a família de seus pacientes. Em 25 anos de experiência, quase sempre era a mãe que comparecia ao consultório. Mas, nos últimos tempos, ele vem notando que, em um número crescente de vezes, é o pai que acompanha o tratamento do filho. É um sinal claro, defende o especialista, de que há homens em plena transformação, cada vez mais disposto a assumir tarefas tidas como femininas. “Isso gerou uma crise em torno do conceito de masculinidade”, afirma Hefez, autor de Homens no Divã (Benvirá), livro recém-lançado no Brasil. Eis três de suas constatações.

1. HOJE ELES SE IMPORTAM MAIS COM A PROLE. “De modo geral, os homens sempre gostaram de ter filhos, mas só agora começaram a estabelecer maior conexão com as crianças, a se interessar pelas necessidades delas e a participar das necessidades delas e a participar dos cuidados desde o início da vida. Alguns pais de hoje trocam fraldas e alimentam o bebê. Isso porque, finalmente, eles perceberam o poder que os pequenos têm de enriquecer os adultos. Por meio dos filhos, passam a se ver completos, sentimento que antes era relacionado apenas à natureza da mulher.”

2. NOVOS CONCEITOS ESTÃO SE FORMANDO. “As mulheres conquistaram o mercado de trabalho pra valer e hoje lideram em vários campos. Os homens, por sua vez , estão ingressando nas áreas tradicionais delas, como a casa e os filhos. Mas isso não significa que estão se tornando mais femininos. Acredito que todos nós caminhamos para ser ‘pessoas universais’. Ao vestir tailleur, a mulher não se masculinizou e, ao cuidar do lar, o homem não perdeu a sua masculinidade. Os conceitos mudaram.”

3. UMA CRISE ESTÁ TORNANDO OS HOMENS MAIS AMOROSOS. “Vejo que muitos se perguntam o que significa ser homem em nossa sociedade, porque houve uma revisão de papéis. Ambos os sexos agora podem assumir os mesmos papéis- e estão assumindo. As mulheres tiveram questões semelhantes há alguns anos: ‘se for trabalhar, ainda sou mulher? Ou: ‘o que é ser bom pai?’ No consultório, observo que há homens muito interessados em ser mais amorosos e atenciosos com os filhos e a parceira.”

José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com