Ninguém pode negar a preciosidade do namoro. É lindo
ver uma pessoa apaixonada. Ela se torna irradiante! A vida parece que fica mais
leve e o mundo mais encantador. Admiro muito, e curto bastante, quando vejo um
casal de namorados. Pode ser na família, na escola, na igreja, no trabalho, na
rua...,não interessa, sempre tem a minha admiração. Pode ser também, de
qualquer idade. Bem no início da adolescência, no começo da juventude, na vida
jovem, adulta e até mesmo na famosa idade de ouro. Não faz diferença, o fato é
que a cena me encanta. Amar é algo extraordinário. É fundamental no
relacionamento humano. É a essência da vida cristã. Claro, desde que seja não
fingido e conduzido com respeito à pessoa, aos valores e princípios morais e
éticos.
Por isso, quando diretor de colégio e de faculdade,
sempre fui simpático com o namoro. Só exigia conduta adequada ao ambiente. As
recomendações eram bem recebidas e acatadas pelas famílias e pelos próprios
apaixonados. Poucos eram os problemas e mesmo assim, logo resolvidos. Sempre
deixei claro que o local exigia conduta respeitosa e compatível com o ambiente.
Era necessário práticas e costumes adequados aos padrões éticos e morais da
família e da comunidade escolar. Mesmo assim, houve excessos, mas o conceito de
decência acabava vencendo. Isso exigia muito cuidado, mas não é complicado. Basta
procurar manter uma convivência sincera, que dê espaço ao diálogo permanente,
um acerto e ajuste constante.
Se o namoro envolvesse professor(a)/aluno(a), o meu
rigor era maior. Inclusive chegava a proibir. A tese era de que o profissional
tinha o mundo inteiro para namorar e não devia escolher exatamente pessoa da
escola que ele trabalhava. Mas, se a paixão era grande e tinha a anuências dos
pais, a situação era aceitável, com algumas restrições. Não tive muito problema.
Inclusive, certa vez, um coordenador discordou da minha linha de conduta. Logo
abri mão quando ele me explicou a seriedade do namoro e a aquiescência dos
pais. Respeitei o direito dele de se apaixonar por uma aluna. Conheço muitos
casais de ex-aluna com ex-professor. Conheço também muitos casais de pessoas
que eram colegas de classe ou de escola. O fato é que eu permitia e regulava “o
seu funcionamento”. Aumentava o trabalho, mas, em compensação, formava uma
consciência sobre conceitos e valores indispensáveis no relacionamento.
Entendo que a família e a escola não devam ser omissas
e nem intransigentes. O namoro é lindo, regular é preciso. Basta ter coragem de
ser educador. E pedir que Deus nos ajude.
José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com