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domingo, 3 de março de 2013

A INDIGNAÇÃO DE UMA GRANDE EDUCADORA.


Li o texto a seguir, escrito por uma educadora que conheço e admiro muito. Narra as dificuldades que inúmeros pais encontram por ocasião da matrícula de seu filho com Necessidades Educativas Especiais. A indignação da educadora tem sentido. Merece uma boa reflexão.
    TEMOS MUITO A APRENDER E A ENSINAR.                                             Nos preocupamos muito com os alunos que saem de uma escola considerada "pequena" e ingressam nas chamadas “grandes escolas”. Essas crianças são frutos, muitas vezes, de  8 até 10 anos  da  dedicação de "grandes"  profissionais. E, para nossa satisfação, são academicamente  bem preparadas, alunos críticos e participativos.  São crianças “normais” e aceitas em qualquer escola, independente do tamanho que tenha.
    Mas o que dizer dos alunos  com Necessidades  Educativas Especiais (NEE)? Temos grande preocupação com o futuro dessas crianças. Já visitei algumas escolas que deveriam receber esses alunos, e sempre fico decepcionada com o que escuto: "Não estamos preparados para receber esses alunos”, ou “não temos vagas”, (o que, às vezes, pode até ser verdade), ou “não temos profissionais para acompanhá-los” ou ainda, o que é pior, “o aluno não atingiu o perfil no teste de seleção”.
    Até quando esses e outros absurdos continuarão a acontecer? Quando essas escolas vão acatar a lei? Quando irão deixar de promover apenas “alunos medalhas” e passar a promover a dignidade e a justiça?
    O acesso a educação para todos é uma realidade e um direito. Quando irão entender que o movimento de uma escola plural é mundial e inadiável?
    Existem, sim, leis e documentos específicos que  reafirmam e garantem o acesso a todos e destaca a inclusão das pessoas com NEE, entre elas, as que apresentam deficiência. É uma desculpa dizer que as escolas não estão preparadas, e não irão estar nunca, se não começarem a enfrentar a realidade, e isso só poderá acontecer quando abrirem suas portas e não apenas as rampas de acesso, isso apenas, não é suficiente. É preciso romper com as barreiras, com os preconceitos e com o medo do diferente. Alguns autores apontam que a educação inclusiva sustenta-se numa filosofia baseada na igualdade, na solidariedade e nos princípios democráticos. A convivência com o diferente só favorece a aprendizagem. Portanto  educação inclusiva não é favor, não é concessão, não é só amor, é DIREITO, e é isso que precisamos entender de uma vez por todas. O ideário da inclusão deve ser concebido como  intervenção no real. Isto é, não se deve admitir que o alunado permaneça do lado de fora esperando a escola ficar pronta para recebê-los. Trata-se de mantê-la completamente aberta com a diversidade e partir dela. Para isto, será necessário quebrar resistências, remover barreiras físicas e atitudinais, enfrentando conflitos e contradições, revendo estratégias de aprendizagens, com ênfase na construção coletiva.
    Os pais são grandes aliados dos que estão empenhados na construção da nova escola brasileira. NÃO ESTAMOS SOZINHOS E TEMOS MUITO A APRENDER E ENSINAR. Ainda tenho muito a dizer... minha  indignação é imensurável.

Regina Coeli  Furtado Câmara. Psicopedagoga e Coordenadora Pedagógica em Fortaleza.