Li recentemente uma matéria com o escritor
espanhol Gonzalo Moure, produzida pela Jornalista Aryane Cararo, sobre literatura infantil, publicada no
Jornal O Estado de São Paulo, em 07/03/2013, com o seguinte título `Há razões para ignorar a literatura
infantil`. No texto, uma contundente crítica – os autores
brasileiros não avançaram. Diferentemente, segundo o entrevistado, os autores americanos
e europeus inovaram, evoluíram, por isso avançaram.
A fundamentação da
crítica era que os textos, as histórias na literatura infantil brasileira eram
escritas para a criança, mas com forte viés em quando se tornar adulta. Não
visava a criança pela criança, mas a criança adultinha, projeto de adulto.
Com
essa preocupação, a criança deixava de ser o objetivo maior. A
preocupação era formar adultos. Ele desafiava – percam o medo e tenham a
coragem de escrever para a criança hoje e não para o adulto de amanhã.
Refletindo
sobre
essa crítica, veio-me uma idéia e passo para os leitores. Que tal utilizar a
própria criança para escrever as suas histórias? Nas idades entre 5 e 8 anos, a
criança gosta de ouvir e é fértil em criar histórias..Elas interagem com quem
está contando. Completam a narração, inventam detalhes e chegam a desviar para
outra idéia. Isso ocorre entre as series do Infantil V até a segunda do
Fundamental. Em meio a essas idades, em muitas escolas, é feito o lançamento de
um livro contendo os textos da própria criança. Trata-se do primeiro livro
escrito por ela. Os pais adoram. Os educadores vibram demais. Esse evento
emociona. Trata-se de uma linda solenidade, fortemente cultural e afetiva.
Os
educadores bem que poderiam aproveitar esse tradicional
evento para incluir em seus livros histórias criadas e contadas por elas
mesmas. Pode ser em texto ou contada por elas e a professora transcrevia.
Depois, selecionava as melhores histórias e seriam publicadas em um livro de
histórias infantis contadas pelas próprias crianças. A vantagem é que as
histórias seriam de crianças para crianças, sem preocupação de formá-las
adulto.
A
outra vantagem é que seria um grande laboratório para
captar as histórias infantis que realmente sejam de interesse das crianças. Os
escritores brasileiros teriam um grande acervo sobre o que as crianças pensam e
gostam. E mais ainda, estaríamos descobrindo e aperfeiçoando grandes talentos,
exímios escritores.
Quem
se habilita? Estamos no início do ano letivo. Dá tempo
planejar para lançar nas festas de fim de ano. No próximo dia 18 de Abril
teremos grandes debates, exposições e
comemorações em face do 18 DE ABRIL SER
O DIA NACIONAL DA LITERATURA INFANTIL. Ótima data para lançar o projeto.
José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com