Boas vindas

O objetivo principal deste blog é edificar vidas.

Os artigos e informações aqui contidas visam tão somente tornar as pessoas mais conscientes de si; seguras na busca do entendimento sobre o mundo, os fatos, as pessoas; acreditem mais na construção de um mundo melhor e na beleza da criatura humana. Bom proveito !

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segunda-feira, 30 de abril de 2012

UMA REVELAÇÃO MUITO PESSOAL


Segundo o sábio Salomão, há tempo para tudo sobre a face da terra. E eu sinto que o meu tempo agora é de tirar o pé do acelerador. O corre-corre da vida exige velocidade e eu sempre correspondi a essa exigência. Porém, no meu tempo atual, preciso diminuir essa correria. Não vai ser necessário parar, apenas manter o ritmo na velocidade regulamentada pela vida entre 40, 60 ou 80 km, dependendo das circunstâncias. É como se o meu corpo estivesse pedindo para ser melhor dirigido. Nas minhas reflexões e nos meus momentos de silêncio, consegui entender o meu corpo e ouvi claramente a sua meiga e humilde voz. Tomei o propósito de atender esse clamor, mas não tem sido fácil. Ainda bem que descobri não ser impossível. Para tanto, basta ter sabedoria na administração do tempo e disciplina para seguir.
É o que venho, há tempo, tentado fazer. Porém, sempre tenho me deparado com dificuldades, pois os desafios são grandes. A vida moderna, aliás, pós-moderna, impõe muitas exigências, dentre elas, algumas que podemos relegar sem maiores prejuízos e outras que o não atendimento trará conseqüências das mais perigosas ou mesmo fatais.  Nestas, destaco a saúde, a convivência conjugal e familiar, a espiritualidade e a renda pessoal. Destes, tenho sido vitorioso na conivência conjugal, familiar e na espiritualidade. Já quanto à renda e a saúde, apesar do relativo êxito obtido até agora, ainda exigem cuidados. Esta é a razão da minha decisão de, progressivamente, ir me afastando de algumas instituições, que atuo como voluntário.
Dentre elas, o precioso Tribunal de Ética e Disciplina – TED, da OAB. Não foi fácil tomar essa decisão. Desejava ser mais útil a nossa OAB, através do TED. Mas, nos últimos anos, tenho encontrado dificuldade de estar presente e de pesquisar, a fundo, os processos para dar um Parecer que faça justiça, pois não me contento apenas em justificar o voto. Prefiro ir além, até encontrar as verdadeiras razões para opinar, com segurança, sobre a procedência ou não da representação. Isso tudo exige tempo livre, o que realmente não tenho.
Duas outras instituições eu tive também de deixar. Uma, é a CNEC, entidade sem fins lucrativos, que atua na área educacional. A outra é o Lar de Crianças Davis que abriga filhos de detentos, sem família estruturada para acolhê-los. Assim, pedi o meu desligamento dos trabalhos voluntários sistemáticos que eu realizava nessas instituições. Continuarei apenas realizando eventuais trabalhos voluntários, da forma como eu sempre me dispus a fazer.
Para dar uma idéia da imperiosa necessidade de administrar melhor o meu tempo, segue uma pequena demonstração: a) preciso dormir, impreterivelmente, entre oito e nove horas por dia; b) tenho que, diariamente, fazer as minhas refeições, com espaço entre elas, no mínimo, de três a quatro horas; c) essas refeições têm de ser saudáveis, portanto, devo evitar refeições fora de casa; d) é importante caminhar 30min diariamente ou 1h em dias alternados; e) não posso deixar de reservar, pelo menos, duas horas por dia para leitura; f) tenho que disponibilizar, em média, três a quatro horas por dia para produzir petições, artigos, orientações aos clientes e responder e-mails profissionais; g) o trabalho que desenvolvo, exige visitas e encontros, fora as audiências, o que ocupam um bom espaço de tempo; h) é precioso deixar espaço para lazer, meditação e relacionamentos. Para atender essa demanda de tempo, fui obrigado a diminuir o trabalho voluntário e racional o meu trabalho profissional.
Hoje, 30 de abril, completo exatamente os meus 66 anos de existência. Desejo viver por muito tempo. Preciso, pois, cuidar bem da minha saúde. Sem ela, nada tem valor. Ao longo dos últimos 10 anos, já tive AVC por três vezes. As seqüelas não foram muito graves, Graças a Deus, pois todos eles foram AVC isquêmico, que é um dos mais simples. Não quero correr o risco de ter mais um. Pode ser que, caso haja o próximo, eu não tenha a mesma sorte dos anteriores. Adoro a vida, o mundo e as pessoas. Desejo ficar por mais tempo nessa terrinha.
Essa revelação foi postada, com a única intenção de ajudar àqueles que têm idade próxima da minha e que, de uma forma ou de outra, já sentem a necessidade de diminuir um pouco o seu ritmo de vida.
É destinada também aos mais novos e aos muito mais novos. Eles precisam, desde cedo, despertar para a necessidade de administrar bem o seu tempo. E isso exige reflexão e constante reposicionamento, até encontrar a melhor forma de viver. qual seja, conciliar bem o sucesso profissional com o ser bem sucedido na família e no relacionamento com Deus.



José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com

quinta-feira, 19 de abril de 2012

MEU DIREITO DE SER HETEROSSEXUAL!


        Essa afirmação, aparentemente desnecessária, e até certo ponto deveria ser, vem a propósito das transformações tão velozes que o mundo passa, alterando os usos e costumes de tal modo, que às vezes nos confundimos. Fruto da evolução do pensamento humano, a sociedade amadureceu muito. Isso é bom, bom mesmo. Não podia continuar retrógrada, por isso foi alterando as suas práticas, os seus conceitos, para acompanhar as grandes mudanças sociais, o novo tempo. Como toda mudança, há estranheza sobre o novo, provocando reações, desentendimento e, às vezes, até conflitos. Já escrevi neste blog sobre conflitos e inquietações diante de outros comportamentos sociais. Recentemente, assistimos na mídia a reação pessoal e em grupos, tanto nas ruas, como nos sites de relacionamentos, censurando fortemente a exposição feita por uma emissora de televisão da prática de sexo, ao vivo e em tempo real. Não cabe aqui, neste artigo, entrar no mérito. Mas, uma coisa é certa, a sociedade censurou a cena e clama por limites nas baixarias em alguns programas da televisão brasileira. Houve exagero, isso ficou bem claro. A sociedade reconhece a evolução da liberdade, mas clama por limites. Pois é, do mesmo modo, eu reconheço a importância e a beleza da atividade sexual; do respeito a quem resolveu ter uma vida diferente; da abertura de aceitar a opção sexual feita por quem sentiu a necessidade de assim fazê-lo; do tratamento respeitoso que a lei e os tribunais dispensam às opções sexuais. Tudo isso é muito belo. Por entender e pensar assim, não aceito discriminação dessas pessoas e repudio totalmente qualquer ato de violência contra elas, qualquer que seja a justificativa, pois reflete presença de ódio e rejeição, o que não devemos aceitar, por hipótese nenhuma. Contudo, uma coisa me inquieta. Trata-se do outro lado da moeda. Consiste na forma, subliminar e bem articulada, de supervalorizar quem fez uma opção sexual. Passou a ter status de autenticidade e de coragem, o que não deixa de ser, pois assumiu o que no seu interior clamava, mesmo enfrentando as adversidades de quem discordava. Todavia, os aplausos, o status de um ser superior e, às vezes, até o seu endeusamento, denotam em desconsideração aos que não tiverem necessidade de fazer opção por outra sexualidade, por estarem extremamente satisfeitos com a sua forma de viver. Nós, que optamos em continuar sendo o que somos, não aceitamos ser considerados “subprodutos”. Nós somos também corajosos e autênticos. Temos, também, o nosso valor. Merecemos, também, todo o respeito, consideração e admiração. Não nos inibam de continuar como somos. Não nos constranjam e nem nos diminuam. Somos heterossexuais por natureza e gostamos de ser assim. Que se respeite àqueles que fizeram opção sexual, tudo bem. Mas, pelo amor de Deus, não me tirem o meu prazeroso direito de ser homem heterossexual. Tenho orgulho de ser esse tipo de homem. E sou muito feliz assim. Não tenho nenhuma necessidade de fazer opção sexual. A minha sexualidade está correta e perfeita. Aceito igualdade de tratamento entre os que fizeram opção e os que não tiveram necessidade de fazê-lo. Mas, não aceito superioridade daqueles sobre estes. Se não dermos um basta na tendência e na insinuação mencionadas, já, já estará instalada entre nós a heterofobia.  

José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Quando o engraçado é prejudicial

Rir é bom. O humor suaviza e embeleza a vida. O brasileiro é engraçado, o cearense mais ainda. Isso nos torna feliz e nos faz um povo alegre. Aula sem humor não dá; relacionamento sem alegria, nem pensar. Porém, levado ao exagero, o feito é inverso. O sábio Salomão escreveu, e a boa educação está a indicar, que há momento para tudo sobre a face da terra, dentre eles, o de rir e o de chorar. Esse comentário vem a propósito de certas posturas de pais e educadores, que diante de um ato delicado e perigoso, em vez de utilizarem a correção, preferem a cômoda posição de achar engraçado. Um exemplo típico desse procedimento ocorreu com os jovens que queimaram um índio, quando este se encontrava deitado em um banco de rua em Brasília. Eles disseram que não queriam matá-lo, mas apenas se divertirem. Ou seja, eles achavam engraçado ver um índio sair correndo com fogo em sua roupa. Com certa segurança, podemos afirmar que esses jovens, na época em que eram crianças ou adolescentes, foram “prestigiados” pelos pais, familiares e amigos no momento em que praticavam alguma “brincadeira” perversa. Esse achar engraçado significou para os jovens uma aprovação tácita e serviu como incentivo para outras práticas semelhantes. Esse tipo de “brincadeira”, com certeza, não teve início apenas quando praticaram com o índio. Por certo, foi iniciada de forma mais simples, com um pequeno pássaro, um indefeso animal, ou mesmo com um desprestigiado empregado doméstico. Daí para um índio o passo é pequeno. Ainda bem que nem todos os pais e educadores agem assim. Recentemente, uma criança gritava impedindo a sua babá de entrar na piscina para se divertir. Diante desse gesto grosseiro, a babá ficou tímida, com receio de entrar. Os que estavam assistindo, acharam a cena engraçada, por se tratar de uma criança que, apesar de ser muito pequena, já tinha tanta “moral” e autoridade. A mãe, porém, teve um olhar diferente. Na sua sensibilidade deu para perceber que algo tinha de ser feito, pois o momento era sério e oferecia uma fantástica oportunidade pedagógica. Não se intimidou com o “engraçado” e nem censurou os que riam da cena. Apenas, calmamente, se aproximou da criança e repreendeu o seu gesto. Esclareceu e orientou que ninguém tem o direito de tratar as pessoas dessa forma. A criança ficou calma, entendeu a mensagem, aprendeu a lição e aceitou a babá participar das brincadeiras. Ambos continuaram felizes, brincando na piscina. Cuidado gente com o engraçado. Por traz dele pode estar uma semente de maldade ou de arrogância.    

José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com

sábado, 14 de abril de 2012

Viver as perguntas

Toda vez que me deparo com algo muito significativo, gera em mim, automaticamente, uma vontade enorme de reproduzir e divulgar, para o mundo inteiro, aquilo que me deparei. Pode ser uma cena do cotidiano, uma foto expressiva, uma palavra que escuto ou um texto que leio. É com base nesse sentimento que produzo os meus artigos. E é por esta razão que mantenho o costume de, sempre que possível, dar espaço neste blog para postar textos que considerei bastante significativos. É o caso do artigo que reproduzo abaixo, publicado, nesta semana, no Jornal O Povo, de autoria da Professora Universitária, Ana Valeska Maia, com o título


VIVER AS PERGUNTAS


“Talvez depois, aos poucos, sem que o perceba, num dia longínquo, consiga viver as respostas”, escreveu Rainer Maria Rilke em uma das cartas direcionadas a Franz Xaver Kappus, o jovem poeta. Após a leitura das cartas de Rilke, fiquei refletindo um bocado, recordando alguns momentos em sala de aula, quando foram lançadas perguntas aos estudantes. A reação comum consiste em querer apressadamente encontrar as respostas adequadas. “Calma, a resposta certa só chega quando você viveu intensamente a inquietação da pergunta”, costumo dizer. 

Viver as perguntas. Tarefa difícil em um mundo com tantas fórmulas de sucesso e felicidade. Ser feliz ultimamente parece ser uma obrigação e ficar triste uma ruína. “Por que deseja excluir de sua vida toda e qualquer inquietação, dor e melancolia, quando não sabe como tais circunstâncias trabalham no seu aperfeiçoamento?”, argumenta Rilke. 

Tenho observado como o barrar a angústia com medicamentos está na moda, para a alegria da indústria farmacêutica. Claro que existem muitos casos em que os remédios são necessários. No entanto, existem nítidos abusos no uso de medicamentos. Outro ponto de inquietação reside em observar pela cidade tantos anúncios de cursos que prometem transformar a vida da pessoa, com programas e ferramentas para “quem quer investir em si mesmo e mudar de vida”. Às vezes prometem fazer a grande transformação em um final de semana. 

Costumo desconfiar dos modismos com fórmulas fáceis. 

Afinal, viver é difícil. Somos mistério profundo porque somos o que lembramos e, sobretudo, somos o que esquecemos. Herdeiros do que não sabemos, do que não temos controle, aprendendo todos os dias a harmonizar o mundo de fora e o mundo de dentro. O mistério do caminho de cada um está também na essência da poesia incrustada nas perguntas, por isso é tão precioso vivê-las, olhando para dentro de si à procura das respostas verdadeiras. Essa tarefa nenhum outro pode realizar. Cabe, definitivamente, a cada um.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Expectativas sobre Fortaleza

A nossa querida cidade, a lindíssima Fortaleza, completa agora, no dia 13 de abril, os seus 286 anos de existência na condição de cidade. Os eventos comemorativos acontecem de múltiplas formas. Dentre elas, o Jornal O Povo resolveu dedicar, durante toda a semana, um grande espaço para curtir Fortaleza sobre os mais variados aspectos. Especificamente no dia 8, publicou, através de enquete, a opinião de profissionais, previamente escolhidos, sobre

                           Como você vê a Cidade no futuro?
Eu fui um deles e expus a opinião a seguir. Por favor, leia com carinho e faça o que puder, ok? Agradeço de coração.

Tenho duas expectativas. Uma encantadora e outra preocupante. O encanto, porque vislumbro que estará cada vez mais linda e o seu povo mais hospitaleiro e batalhador. O formato da nossa cidade, o seu entorno pelo litoral, as grandes avenidas, os prédios, as casas, os condomínios; o nosso verde, o sorriso de seu povo, a lindeza de nossa gente, a índole pacífica e humana, tudo isso garante que seremos sempre encantadores. O preocupante é a falta de planejamento por parte de nossos últimos administradores. Omissão muito prejudicial e que não é histórica, pois Fortaleza nasceu e deu seus primeiros passos e os passos seguintes de forma organizada, planejada. Expectativa só vale à pena quando gera atitude. Por isso, eu, nascido e criado nessa terrinha, me proponho a sensibilizar a comunidade para pressionar os nossos líderes pela celeridade no planejamento e clamar a nossa gente que não se descaracterize e permaneça sendo esse povo lindo por natureza.

José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com

domingo, 8 de abril de 2012

De Geração em Geração

Perpetuar a nossa história e os valores que nortearam o caminho percorrido é a missão mais significativa da família; é a melhor forma da sociedade manter o cidadão consciente de sua existência e de seu futuro. Essa foi a forma que o Patriarca Moises utilizou para o povo Hebreu não se esquecer do que as gerações passadas enfrentaram junto aos egípcios e outros povos da época. Com isso desejava garantir que as futuras gerações tomassem conhecimento das lutas e tranqüilidades, vitórias e derrotas, alegrias e sofrimentos, escassez e farturas enfrentadas por seus antecedentes. Fazia isso de forma prazerosa, em todos os momentos, deitando-se e levantando-se; em todos os lugares, nos umbrais das portas e nos espaços da casa; um a um, no peito e no coração. Ainda hoje, no mundo oriental, o gesto é praticado. Mesmo no mundo ocidental, na década de 60, John Kennedy sentiu a necessidade de chamar a atenção da geração de sua época: “não pergunte o que a América pode fazer por você, mas sim, o que você pode fazer pela América”. Tal frase foi repetida pelo personagem principal, no final de um dos filmes Rambo. Kennedy sentiu, e hoje é latente, a comodidade dos americanos. Em meio à atual crise ficam a espera que o Governo faça algo por eles. Essa espera é bem diferente da geração que enfrentou a crise de 1920. Eles partiram para a luta, visando tirar a América dos sérios problemas que estava vivenciando. Conseguiram de maneira fantástica. A América superou tudo. Venceu!  Esse comentário vem a propósito das grandes conquistas que o Brasil vem obtendo. Já estamos na melhor fase e preste a penetrar noutra melhor ainda. Não comporta aqui dizer quais. Você sabe. Se não percebeu, pouco adianta dizer, pois a sua sensibilidade ainda não permite. Com o tempo perceberá. O fato é que os adultos sabem o que passamos; os jovens alcançaram boa parte, mas as crianças e os adolescentes não alcançaram. Vão crescer em um Brasil bem melhor. É possível que em volta dos anos 2050 estejam liderando o país. Todavia, se não passarmos para eles a nossa luta, corremos o risco deles desconheceram o caminho percorrido; de não entenderem a fase que passam e de terem enorme dificuldade de se prepararem para os desafios seguintes. Ainda bem que estamos em pleno pós-modernismo, que não defende uma ruptura com o passado, pelo contrário, entende que devemos superá-lo sem jamais apagá-lo, ou então, reinterpretá-lo, imitá-lo e celebrá-lo.  Vamos, pois, constantemente, lembrar aos nossos filhos e alunos, como o Brasil era, as duras transformações que passamos e os passos largos que estamos dando em busca de um Brasil cada vez melhor. Essa missão é nossa e devemos cumpri-la prazerosamente.



José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com