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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

CRIANÇA NORMAL


Tenho dificuldade em aceitar essa colocação. Ela me incomoda. Afinal, normal como? E as outras são anormais? Está certo rotular alguém de normal ou anormal? Em que circunstância foi dado esse conceito? Afinal, qual o modelo de criança que passou na nossa mente quando definimos ser ela normal ou anormal?
Analisemos agora alguns casos de julgamento de determinadas crianças. Algumas delas desejavam conhecer Jesus. Os discípulos proibiram. Para eles isso seria anormal, afinal criança, naquele tempo, não tinha nenhum valor. Criança normal não tentaria isso. Jesus percebeu a situação, repreendeu os discípulos e disse: ”deixai vir a mim as criancinha”. (Marcos 10:14)
No episódio do “Titanic”, o filme expõe uma jovem rebelde que desde criança fora criada com regras rígidas. Ela nunca podia ser ela mesma. Para a elite da época, criança normal era a que se submetia às posturas sociais reinantes. As demais seriam anormais. Deu no que deu.
Recentemente, em um condomínio, um senhor ficou incomodado com a brincadeira das crianças no pátio livre e falou, aos gritos: “deixem de fazer barulho, subam e vão brincar no computador, como as crianças normais”. Tenho dificuldade de comentar essa afirmação.
Vejo claramente que boa parte dos educadores tem dificuldade de educar as crianças. Ora, as endeusam e elas ficam soberanas, ou as submetem a regras absurdas. Dois extremos. Sem limites ou com limites exagerados, ou não explicados, não dá! Fica difícil educar uma criança dentro desses dois padrões.
Afinal, quando uma criança é normal? Sempre! É assim que pensa o grande educador Lauro de Oliveira Lima. É dele essa preciosidade; “as crianças não erram; cada manifestação sua revela um nível de desenvolvimento.” Portanto, é normal essa ou aquela atitude da criança. Isso não quer dizer que fechemos os olhos diante de atitudes prejudiciais ao grupo ou a ela mesma. A correção deve ser de imediato. Senão ela seguirá normalmente agressiva, embirrenta, mentirosa ou sem compromisso. Em vez disso, podemos torná-la normalmente educada, sincera e entendendo os compromissos com a vida e com os demais. Essa urgência é bíblica: “Ensinai as criancinha no caminho que devem andar e ainda quando envelhecerem não se desviarão dele”. (Provérbios 22:6).

José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com  

*Publicado no caderno "Jornal do Leitor" de O POVO   (22/01/2013)