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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A prioridade de Romário


Até o ano de 1988, não conhecia a vida de Romário. Para ser sincero, não sabia nem do seu futebol. A primeira vez que o vi, foi exatamente em uma entrevista na televisão, que não durou mais do que alguns segundos. Na época, fiquei extremamente impressionado com suas declarações. Passei a admirá-lo profundamente. Isso porque, no Brasil, o que presenciávamos,   era um desfile interminável de vedetes, onde as pessoas só pensavam em aparecer e vencer sozinhas o seu obstáculo, dando prioridade ao seu interesse. Era forte na sociedade a prevalência do “tirar proveito em tudo”. Pois, foi exatamente no futebol, que surge um homem coberto de honraria pelo que tem feito em campo e com todo o equilíbrio e simplicidade afirma que o sucesso dele no jogo não era o mais importante. Importante era o êxito da seleção nas Olimpíadas. A prioridade dele era a vitória da equipe, o resultado favorável ao grupo, a medalha para o Brasil e não o seu destaque pessoal.
Aconteceu quando eu estava passando rapidamente pelo televisor e tive a atenção voltada para a entrevista que acontecia com esse moço, chamado de Romário. Era um dos atletas da Seleção Brasileira de Futebol e novo ídolo do Brasil. Já tinha a fama de goleador. Era participante das Olimpíadas de Seul, jovem, muito moço, com aparente tranqüilidade e demonstrava ser desprovido de qualquer vaidade ou pedantismo, bem próprio dos que despontam no futebol brasileiro. O que me chamou a atenção na entrevista, e desejo destacar, foi a resposta dada à seguinte pergunta: “como é, Romário, já fez 02 gols contra Nigéria; atualmente o artilheiro das Olimpíadas, quantos gols deseja fazer contra Austrália?” Pelo que Romário, olhando para os lados e para cima e com a mão pegando nos cabelos respondeu: “Primeiramente o que me interessa é a vitória da equipe, para que a seleção brasileira possa conquistar a importante medalha de ouro. E depois, secundariamente tentarei fazer gols para, se possível, manter a artilharia e ser realmente o artilheiro de Séul”. E no dia seguinte, o Brasil venceu a Austrália por 3xO e Romário fez 3 gols.
Fiquei imaginando o efeito dessa declaração nas emoções dos milhares de jovens e adolescentes que, vidrados nesse mais recente ídolo, assimilavam o novo conceito de vida tão ausente nos brasileiros: “a prioridade do bem comum”. Essa maneira de ser do nosso Romário era bem diferente daqueles atletas da Seleção de Futebol de 1982 e da Seleção de Vôlei de 1987 e de tantas outras seleções onde prevaleciam os interesses pessoais e não da equipe. Acredito que é de homens como Romário que o Brasil necessitava para vencer suas dificuldades e sair bem de qualquer disputa, contra quem quer que seja.
A fama de Romário seguiu de ano a ano, até que atingiu os mil gols e, devagar, foi deixando o futebol. Saiu do mundo esportivo e enveredou para vida pública, quando em 2010 foi eleito Deputado Federal, com votação magnífica. Como na política brasileira, está faltando homens que visem mais o bem comum do que seus próprios interesses, eis que surge Romário noutro campo, não mais de futebol, mas de destino da política brasileira. Está faltando, e muito, políticos que tenham a mesma concepção de vida de Romário, fazendo parte de uma equipe de trabalho, que dê prioridade aos problemas nacionais e busquem uma forma inteligente de solucionar cada um deles. Esses problemas são complexos e são muitos. É preciso trabalhar com dedicação e afinco. E o Romário está procedendo exatamente assim. Ele não falta as sessões, atua com seriedade e responsabilidade e adotou uma grande causa: valorização das crianças especiais, apoiando todo e qualquer movimento que venha aumentar os cuidados com elas.
Sempre que vejo algo precioso no proceder de celebridade, de imediato procuro dar destaque, pois sou consciente que sua atitude tem enorme influência na vida de muitos brasileiros. E Romário ao manter a visão que tinha como atleta e, coerentemente, transportar para a nova seleção que ele agora faz parte, o Congresso Nacional, merece ser enaltecido, pois continua sendo um exemplo, dando prioridade ao trabalho em conjunto e para o bem comum. Acredito que durante sua trajetória de vida ele deve ter praticado muitas coisas que não devia. Mas, uma coisa é certa, e aqui desejo destacar, continua sendo um homem com uma visão de estadista, que não deixa de fitar o olhar para o bem comum.


José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com

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