Quando se aproxima a Semana da Pátria, o nosso coração sempre é invadido
de muitos sentimentos. Às vezes são até conflitantes. Ora, vem a certeza de que
estamos indo bem e que o nosso futuro será melhor ainda; ora, ficamos inseguros
e tememos o que há de vir. Essa oscilação é normal. Afinal, somos ainda muito
novos e as conquistas têm sido lentas. Há ainda muito que fazer. E isso nos
angustia. Porém, qualquer que seja o sentimento, uma coisa é certa – precisamos
avançar. E rápido.
O nosso maior desafio hoje é
a educação. Sem ela fica difícil encontrar soluções para os problemas de
segurança, saúde, cidadania, crescimento econômico sustentável e da
desigualdade social. A escola não vai bem e isso nos incomoda, pois atrasa, e
muito, as soluções dos nossos graves problemas. Ainda bem que o assunto está na
pauta do dia de todas as famílias e de toda a sociedade. Isso é muito bom.
Todavia, se o desejo de educar não
vier acoplado às práticas do dia a dia, os resultados permanecerão lentos. Daí
a necessidade de incluirmos em nossa rotina, em cada momento, práticas
educativas, diuturna e incansavelmente. Nos mínimos detalhes. Até que
alcancemos coletivamente a plenitude do saber.
Da mesma forma que o
sentimento de independência nos impulsionou a grandes conquistas, o prazer de
ensinar precisa invadir o nosso coração para chegarmos a ser um povo
verdadeiramente educado. O ensinar tem que se tornar algo rotineiro e prazeroso
em nosso proceder diário. Ensinar a comer, a dormir, a se levantar, a andar, a
sorrir, a ser útil, a ser feliz, a economizar, a ler, a estudar, a pensar, a
abrir e fechar a porta do carro, a atravessar uma rua, a arrumar uma mala, o
quarto, a cama, a dormir, a escovar os dentes, a tomar banho, em tudo isso há
um segredo e uma forma de realizar da melhor forma possível.
Certa vez, um
adolescente ajudava o pai na loja de tintas. Lá vendia solvente por litro e era
retirado de um tambor grande, através de uma pequena torneira. Ele foi encher
uma garrafa, mas não deu para completar. Precisava saber se ainda havia
solvente e teve a iniciativa de iluminar dentro do tambor com um palito de
fósforo. Quando ele fez o gesto de acender o fósforo, o cliente gritou “não
faça isso, ele vai explodir e inutilizar o seu rosto”. Essa pessoa informou que
solvente era altamente explosivo e ensinou o adolescente a levantar a parte
final do tambor e o restante que tivesse sairia.
Admiro muito quem fica o tempo todo atento ao que acontece ao seu redor e não perde
a oportunidade para ensinar algo a alguém, quem quer que seja. Esse prazer em
ensinar deve contagiar e estar presente no sentimento de cada brasileiro, até
se tornar uma mania nacional. Essa é a melhor forma de garantir a independência
e nos tornarmos um povo sempre feliz.
José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com
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