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terça-feira, 6 de março de 2012

Evitando romper os limites da virtude

Deparo-me, de vez em quando, com pessoas que possuem virtudes, mas mesmo assim são extremamente infelizes. Essa constatação, por um bom tempo, deixou-me perplexo e meio decepcionado. Tinha dificuldade de aceitar o fato de uma pessoa ter determinada virtude e essa mesma virtude lhe causar infelicidade. Ora, se a virtude é algo precioso e trata-se de um dom concedido por Deus ao ser humano, como pode essa virtude ou esse dom causar infelicidade? Não podia entender a duplicidade de uma pessoa ser virtuosa e ao mesmo tempo infeliz. Para compreender melhor a origem da minha perplexidade, cito alguns casos que presenciei e tive que acompanhar.
Uma mãe de aluno adorava levar os filhos para a escola, para o inglês, ginástica, trabalho de equipe, festa e outros compromissos. Programava tudo bem direitinho. Sempre que conversava com as pessoas não se esquecia de exaltar o seu dom de levar e trazer seus filhos para diversos lugares, sem se aborrecer, sem se cansar e sem erros E assim foi por muito tempo No entanto, depois, quando os filhos não precisavam dela para se locomover, pois já haviam crescido, sentia-se infeliz, frustrada e sem reconhecimento, questionando se havia valido a pena ter feito o que fez. O vazio existencial era enorme. Sofria muito com isso.
Um aluno sempre gostava de cooperar em casa com todos. Era responsável e muito exemplar. Sempre que havia problema, ele cedia o seu espaço ou algo, para evitar confusão. A sua virtude maior era compreender, ceder e cooperar. Gostava de ser assim. Vivia feliz. Depois começou, a mudar e já não era o mesmo. Tornou-se um problema. Passou a ser agressivo, sempre demonstrando decepção com a situação e desânimo em voltar a ser o que era. Cansou de ser prestativo e cooperador. Sentia-se explorado.
Um colaborador procurava desempenhar bem as suas funções, compreendia todos os problemas da empresa, cooperava com seus colegas e, por ser assim, era muito procurado. Trabalhava demasiadamente para suprir deficiência da empresa, do serviço e das pessoas. Gostava de ser assim e era muito feliz. Depois mudou, passou a acreditar que o mundo era “cão” e que a vida era uma loucura. Perdeu a vontade de servir e a infelicidade tomou conta de seus sentimentos. Pendeu para o egoísmo e a indiferença tomou conta do seu coração.
Podia citar muitos outros casos, mas esses já são suficientes para completar o meu raciocínio e dizer as conclusões a que cheguei ao analisar esses e outros casos.
1-    A virtude é uma bênção em si e quem a possui deve exercê-la em toda plenitude.
2-    Todos têm virtudes e cada um deve procurar identificar as suas. Ninguém é desprovido de virtude. Apenas uns têm mais e outros menos.
3-    Das virtudes que temos, umas são mais fortes em nós e nessas devemos nos aprofundar e nos aperfeiçoar; outras são menos percebidas e, por isso, devem ser exercitadas mais ainda.
4-    Deus foi quem nos formou e é quem nos sustenta. A Ele devemos nos dirigir diariamente para nos orientar nas descobertas e no exercício das nossas virtudes.
5-    A pessoa ao exercer as suas virtudes corretamente, torna-se feliz e proporciona felicidade aos outros.
Há dentro de cada um de nós um mundo pequeno, o mundo interior. Ele é só nosso, é a nossa própria vida. As virtudes surgem daí. Apenas esse nosso mundo com o tempo extrapola e apresenta-se lá fora. E ao ter contato com o mundo exterior pode obter reconhecimento ou não. Havendo reconhecimento, a vida se torna encantadora. Se não há, no início não é problema, pois temos capacidade de superar obstáculos e contornar insucessos, sem prejudicar o nosso mundo interior. Contudo, essa resistência a problemas vai bem só até determinada faixa. Ultrapassando essa faixa, passamos a trabalhar alem do limite de nossa capacidade de contornar divergência. E nesse caso, a persistir, mesmo sendo uma virtude, ela se torna um problema. Assim, sempre que a virtude começar a lhe causar aborrecimentos, angústias ou recalques, procure recuar um pouco. Pode ser um sintoma, alertando que algo está errado e os limites de ceder não foram respeitados. Se não administrar bem essa fase, você corre o risco de transformar a sua virtude em um problema. Esse problema acaba gerando em você outros problemas, até implantar um forte sentimento de fracasso. Cuide bem de suas virtudes. Elas são preciosas. Existem para serem cultivadas e bem utilizadas. Fazem parte dos planos de Deus para tornar a vida mais bela. A sua e das pessoas com quem você convive.

José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com

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