Boas vindas

O objetivo principal deste blog é edificar vidas.

Os artigos e informações aqui contidas visam tão somente tornar as pessoas mais conscientes de si; seguras na busca do entendimento sobre o mundo, os fatos, as pessoas; acreditem mais na construção de um mundo melhor e na beleza da criatura humana. Bom proveito !

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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

O CARNAVAL ALTERA O RITMO NORMAL DAS PESSOAS.


                        Logo após o carnaval, nos meios de comunicação, é divulgado o relatório de ocorrência com mortes durante o período. Veja abaixo o resultado nos últimos anos.
Clique na tabela abaixo para visualizar em tamanho maior.

*42 Mortes só na virada de um ônibus.

Em muitos desses casos, uma simples palavra, uma pequena orientação prévia, garantiria um bom carnaval e evitarias grandes perdas, traumas, mutilações e sofrimentos. Vale a pena tentar. Faça alguma coisa. FICAR CALADO É UM CRIME.

                      PARA AJUDAR, EIS ALGUMAS RECOMENDAÇÕES.
1) Brinque moderadamente. Pratique o respeito ao outro.
2) Procure não se envolver em discussões, tumulto e briga. Lesões e homicídios marcam forte presença no carnaval.
3) Seja cauteloso na convivência com desconhecidos. É importante manter a sábia distância.
4) Redobre a atenção no trânsito, viajando ou na cidade. O número de morte no trânsito é assustador.
5) Tenha muita precaução ao tomar banho de mar, rio, açude ou lagoa. O índice de afogamento no carnaval é altíssimo.
6) Mantenha o seu compromisso de amor e respeito ao cônjuge e aos filhos. Evite aventura amorosa. Essa aventura pode dar início à destruição de uma família.
7) Se você é solteiro (a), mas tem compromisso de amar alguém, não troque de amor no carnaval. Fidelidade inicia-se no namoro.
8) Evite o uso ou aproximação de drogas. O nome já está dizendo: é uma DROGA. E como tal estraga, complica e destrói a vida!
9) Alimente-se bem e durma o necessário. O corpo não agüenta ser mal tratado. Cuide bem do seu corpo, ele foi dado por Deus para ser administrado por você.
10) Lembre-se e nunca esqueça: a vida não começa nem termina no carnaval! O ano de 2013 tem 365 dias e o carnaval tem apenas 4 dias. Que tal primar pela excelência de vida dos demais dias?
11) Comunique seus pais, irmãos, cônjuge aonde você vai, quando volta e como será um possível contato, caso aconteça algo não esperado.
12) Durante a folia, ao acotovelar-se ou ser acotovelado por outro folião, diga sempre: “calma amigo!” ou “desculpe, foi mau!”.
13) Saiba que você é alvo das atenções e do amor de quem quer vê-lo FELIZ...PRA SEMPRE!



Carnaval BOM é aquele que, após a quarta-feira de cinzas,
tudo continua muito BEM.


José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com  




terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Carnaval: período de muitos excessos


A Psicóloga e Educadora Luana Andrade abordou muito bem o tema de excessos no carnaval. Seu artigo foi publicado no Jornal do Leitor de O POVO no dia 05/02/2013. Por ser oportuno, compartilho com vocês. Bom proveito.
A origem do Carnaval remonta à Antiguidade, época em que a festa representava uma comemoração por conta das boas colheitas. Os agricultores expressavam sua alegria com a fartura das lavouras através do canto, da dança e, posteriormente, do uso de máscaras. Quando o Carnaval chegou ao Brasil, trazido pelos portugueses, a Igreja Católica já havia incorporado a ideia de que seria bom que os cristãos, em uma atitude de integração e louvor, se reunissem antes da quaresma para se divertirem com muita alegria, canto, dança, comida e bebida, o que ajudou a difundir o costume do festejo. De lá para cá, a comemoração vem se popularizando cada vez mais e hoje é considerada uma das maiores festas populares do nosso país. 
No entanto, se, por um lado, a festa cresceu, seu sentido original praticamente não mais subsiste. Hoje, o Carnaval no Brasil é um período de excessos, sinônimo de baderna, descaso e falta de limites. Estatisticamente falando, é um dos períodos em que o Governo mais gasta com segurança pública; mais disponibiliza ambulâncias para atender aos cidadãos que se excederam na bebida ou foram vítimas de agressões ou de acidentes; mais investe em campanhas educativas referentes à segurança no trânsito, ao consumo de bebidas alcoólicas e ao uso de preservativos, e é também quando se registra um dos maiores índices de gestação entre adolescentes, assim como altíssimos graus de contaminação por doenças sexualmente transmissíveis. Não só isso, é ainda o feriado em que a polícia rodoviária mais registra acidentes automobilísticos envolvendo vítimas fatais e os hospitais apresentam um aumento súbito no número de atendimentos diários. É quando mais se vende bebida alcoólica durante o ano. É a festa em que mais morre gente no nosso país!
Parece que durante o Carnaval as pessoas vivem como se as regras deixassem de existir e o mundo estivesse prestes a acabar. As normas de boa convivência são solenemente ignoradas, e as vozes em contrário abafadas por paredões de som, ligados a qualquer hora e a todo volume. Essa forma de comemorar está errada. É natural que se queira extravasar e se divertir no feriado, mas até nessas horas devemos ter limites.
A raiz do problema resume-se a uma expressão: falta de respeito. Pela vida, pela saúde, pelo patrimônio alheio. Vamos viver intensamente esse Carnaval, mas de forma responsável e com o pensamento no próximo. 
Luana Andrade
luanaaararipe@gmail.com
Psicóloga, Psicoterapeuta, Psicodramatista, Professional Coach, Especialista em Terapia Familiar, em Psicologia Clínica e em Psicologia Escolar

sábado, 2 de fevereiro de 2013

EXCELÊNCIA. Oscar Motomura.


Aprendi muito com Oscar Motomura. A sua visão de futuro sempre me impressionou. Ainda em 1990, ampliei meus horizontes quando assisti uma exposição sua, de 8 horas, sobre OS NOVOS PARADIGMAS PARA A DÉCADA DE 90. Ainda hoje, mesmo já idoso continua com a sua linda visão de futuro. A seguir um de seus preciosos textos.


Excelência
Desde a intenção
Até o efetivo fazer acontecer

Exceder as expectativas
Surpreender…
Até pela simplicidade

Qualidade com flexibilidade
Excelência pela velocidade…

O empenho do tentar lapidar
Arredondar a cada dia

A persistência do durante
O ir até o fim…

Excelência a cada vez
Como na primeira vez

A busca da perfeição
Um criar sempre além

A viabilização do impossível
A superação de limites

Chegar aonde ninguém chegou
Maravilhar, encantar…

Excelência que vem do servir genuíno
Respeitoso, honesto, autêntico

Que faz o melhor de si emergir

O melhor servir
A partir de um coração gentil

Com leveza…com alegria…

Um servir com prazer
Um servir animado – com vida
Um servir caloroso
Com emoção

Um servir incondicional, empático
Vendo a si atrás de cada olhar

Que nos faz ser o outro
No momento da verdade

Um servir com arte, bom gosto
Em cada gesto, em cada servir

Um envolvimento pelo coração…

A performance que fascina
Pela antecipação
Pela atenção inteira
Pela força do servir verdadeiro

A performance que vem de dentro
Que a todos inspira

Um competir sadio
Por um servir cada vez melhor

A busca persistente
Do sucesso de quem servimos

A performance dos sonhos
Pela viabilização dos sonhos do outro

Excelência por alta sensibilidade

Que nos faz perceber
Até o desejo não-expresso
Ouvir o não-dito
Ler nas entrelinhas,
Enxergar o invisível

Excelência que só um servir
De espírito para espírito
É capaz de realizar

Excelência que vem da essência

Que a partir do simples
Gera o extraordinário

A expressão do melhor em si
A cada agora
Momento a momento

Um servir verdadeiro, natural
Como a um irmão

Um servir de corpo e alma

A performance precisa
Nos detalhes mais sutis

Na essência e na forma
Na relação e na técnica

Excelência pela motivação mais elevada
E pela nobreza das intenções

Sempre.

(Reflexões Livres sobre Excelência e Performance, por Oscar Motomura)

Lauro de Oliveira Lima: um pedagogo livre e insubmisso

Por admirar muito o educador Lauro de Oliveira Lima e ter seguido, na medida do possível, os seus ensinamentos, com prazer transcrevo o Editorial do Jornal O POVO (31/01/2013), por ser um resumo perfeito da trajetória do grande educador. Eis o texto.

Hoje será cremado o corpo do educador cearense Lauro de Oliveira Lima, que morreu aos 91 anos de idade, no Rio de Janeiro, na noite da última terça feira. O Ceará e o mundo da educação em geral (e não apenas no Brasil) perdem uma das mentes mais férteis e instigantes em termos de inovação do processo de aprendizagem e dos meios mais apropriados de induzir o conhecimento, tendo sido autor de mais de 30 obras relacionadas à educação e lutado até o fim da vida contra o conformismo nessa área. 
Seu espírito insubmisso e sua ojeriza à mediocridade (“Não devemos transformar a mediocridade em valor de vida”) tornaram-no uma espécie de aguilhão contra o convencionalismo e à absorção acrítica das formas tradicionais de ensino, tendo abraçado as teorias pedagógicas de Jean Piaget, que teve nele não só um difusor fiel, mas um interlocutor de primeira linha, desenvolvendo um trabalho pioneiro no Brasil.
Filho de Limoeiro do Norte formou-se, em 1949, em Direito e, em 1951, em Filosofia. Antes disso, engajou-se no magistério secundário e casou-se com a neta de Agapito dos Santos, conhecido educador cearense, a professora Maria Elisabeth Santos de Oliveira Lima. Em 1945, foi aprovado em concurso para o cargo de inspetor Federal de Ensino, ao qual dedicou duas décadas de sua vida, a metade das quais como inspetor seccional do MEC no Ceará.
Dentre outros feitos seus está a fundação do Ginásio Agapito dos Santos, onde teve a oportunidade de iniciar suas ideias inovadoras na área pedagógica, chegando a escrever nessa época o livro Escola Secundária Moderna, que chamou a atenção do prestigiado educador Anísio Teixeira (1963). Foi quando deu reforço à metodologia da dinâmica de grupo e à divulgação de seu método psicogenético. Mais tarde fundaria em Fortaleza o Colégio Oliveira Lima e, no Rio de Janeiro, outro: A Chave do Tamanho.
O golpe de 1964 e a instauração da ditadura subsequente desencadearam sobre Lauro de Oliveira e sua família uma das mais sórdidas perseguições do regime obscurantista, tendo que deixar o Ceará, com a família, sofrendo todo tipo de vexames, inclusive prisão. 
Hoje, o Ceará sente orgulho por esse filho ilustre e homenageia seu legado intelectual e seu exemplo de fidelidade aos ideais democráticos e humanísticos.
*Editorial do Jornal O POVO (31/01/2013)

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

UMA REFLEXÃO PARA O CARNAVAL.


Por causa de um longo período de feriados e um clima de brincadeiras e diversões, estas, quase sempre, com forte apelo ao prazer, o carnaval tornou-se um fenômeno popular conhecido mundialmente. Até aí, tudo bem. Nada a reclamar. Só que nessa onda muitos passam dos limites e estes limites, como sabemos, dependem da formação e a maneira como cada um foi educado. E neste particular, existem falhas, o que provoca erros, com grandes prejuízos para a pessoa em si, seus familiares e toda a sociedade. Em muitos casos, uma simples palavra, uma pequena orientação prévia evitaria grandes aborrecimentos.

O resultado do carnaval divulgado sempre entre 4ª e 5ª feiras tem sido a cada ano assustador. O número de mortes em acidentes de trânsito e por homicídios é muito grande. E o pior é que a causa principal tem sido o consumo de bebida alcoólica. A conseqüência não podia ser outra: PERDA!

Neste contexto é imperioso que se faça algo, através de ações prévias de conscientização sobre a prática de uma comemoração saudável e feliz, onde todos podem voltar do feriado numa boa, em paz e dispostos a recomeçar suas atividades com uma agradável sensação e a consciência tranqüila.

O que foi dito até aqui tem o firme e sutil propósito de sensibilizar pessoas, no sentido de que algo precisa ser feito para minimizar os efeitos maléficos do carnaval. Pode ser através de conselhos, recomendações e pequenas orientações. Tudo isso em busca da almejada paz social e da qualidade de vida.
          É UM CRIME FICAR CALADO!!!

José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com  

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

CRIANÇA NORMAL


Tenho dificuldade em aceitar essa colocação. Ela me incomoda. Afinal, normal como? E as outras são anormais? Está certo rotular alguém de normal ou anormal? Em que circunstância foi dado esse conceito? Afinal, qual o modelo de criança que passou na nossa mente quando definimos ser ela normal ou anormal?
Analisemos agora alguns casos de julgamento de determinadas crianças. Algumas delas desejavam conhecer Jesus. Os discípulos proibiram. Para eles isso seria anormal, afinal criança, naquele tempo, não tinha nenhum valor. Criança normal não tentaria isso. Jesus percebeu a situação, repreendeu os discípulos e disse: ”deixai vir a mim as criancinha”. (Marcos 10:14)
No episódio do “Titanic”, o filme expõe uma jovem rebelde que desde criança fora criada com regras rígidas. Ela nunca podia ser ela mesma. Para a elite da época, criança normal era a que se submetia às posturas sociais reinantes. As demais seriam anormais. Deu no que deu.
Recentemente, em um condomínio, um senhor ficou incomodado com a brincadeira das crianças no pátio livre e falou, aos gritos: “deixem de fazer barulho, subam e vão brincar no computador, como as crianças normais”. Tenho dificuldade de comentar essa afirmação.
Vejo claramente que boa parte dos educadores tem dificuldade de educar as crianças. Ora, as endeusam e elas ficam soberanas, ou as submetem a regras absurdas. Dois extremos. Sem limites ou com limites exagerados, ou não explicados, não dá! Fica difícil educar uma criança dentro desses dois padrões.
Afinal, quando uma criança é normal? Sempre! É assim que pensa o grande educador Lauro de Oliveira Lima. É dele essa preciosidade; “as crianças não erram; cada manifestação sua revela um nível de desenvolvimento.” Portanto, é normal essa ou aquela atitude da criança. Isso não quer dizer que fechemos os olhos diante de atitudes prejudiciais ao grupo ou a ela mesma. A correção deve ser de imediato. Senão ela seguirá normalmente agressiva, embirrenta, mentirosa ou sem compromisso. Em vez disso, podemos torná-la normalmente educada, sincera e entendendo os compromissos com a vida e com os demais. Essa urgência é bíblica: “Ensinai as criancinha no caminho que devem andar e ainda quando envelhecerem não se desviarão dele”. (Provérbios 22:6).

José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com  

*Publicado no caderno "Jornal do Leitor" de O POVO   (22/01/2013)

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

AS CONTRADIÇÕES DO RÁPIDO.


Há certo exagero na valorização do rápido. Tudo hoje tem de ser ligeiro. E não é só em termos de tecnologia. É no comer, no conversar, no aprender, no responder, no andar, no decidir e tantos mais. O pior é quando o rápido chega a atingir o relacionamento com Deus, com a natureza, com o próprio corpo, com as pessoas e com a vida. Ai, as coisas se complicam. Nesse campo, nada pode ser rápido e, muito menos, rápido demais.
Sabemos que todo fruto delicioso amadurece lentamente; que para ser bem sucedido na vida, precisamos passar por um processo de aprimoramento; que o imediatismo prejudica a vida e mutila o relacionamento humano; que educação é semear com sabedoria e colher com paciência. Por isso, a vida, o corpo humano, a natureza e a própria história estão sempre nos ensinando a esperar moderadamente; a dar tempo ao tempo; a não utilizar sempre a pressa, sob pena de prejudicar o resultado esperado.
Na saúde, a tendência ao resultado rápido é algo mais preocupante ainda. A propaganda apela “beba e coma a vontade, tome isso e logo se sentirá bem”, quando nós sabemos que o corpo prefere alimentos saudáveis e em dosagem adequadas. O sono deve ser respeitado, mas ainda é utilizado remédio para não ter sono. Devemos nos inspirar nos exemplares ritmos da digestão, do crescimento dos órgãos e membros do corpo, da gestação, do bem estar e do ser feliz. Tudo isso demanda tempo. Saber esperar é sinal de sabedoria.
 Em educação, mais do que em qualquer outra área de atuação humana, é fundamental o resgate do aprender a valorizar a espera. A vida clama por isso. Trata-se de um aprendizado valiosíssimo, que é pré-requisito para todos os demais.  Aprender a guardar a vez, o momento certo. Não esquecer que  reconhecimento, credibilidade, amizade e amor verdadeiro são conquistas que só se adquire com o tempo. 
Cuidado com o rápido. Ele é contraditório. Pode ser útil, como ser prejudicial; pode ser uma solução, como pode tornar-se um problema; pode atrair ou afastar; ganhar ou perder. Compete a nós educadores conduzir e preparar bem o ser humano, no sentido de saber definir corretamente quando deve ser rápido ou esperar, ceder ou não as exigências da vida moderna, que impõe rapidez em tudo que se faz. Preferimos seguir a recomendação do sábio Rei Salomão – “há tempo para tudo sobre a face da terra, inclusive tempo de lutar e tempo de viver em paz” (Livro de Eclesiastes 3.8b).

José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com   

*Publicado no caderno "Jornal do Leitor" de O POVO   (27/11/2012)

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A BOA RELAÇÃO COM A COMUNIDADE PRÓXIMA À ESCOLA


A preocupação em aferir se o dia a dia da comunidade está sendo afetado pelas atividades desenvolvidas pela escola, ainda é muito recente e pouco praticada. Nesse sentido, o mundo empresarial partiu na frente e já tem em sua estrutura um setor ou alguém monitorando e avaliando o relacionamento com a comunidade vizinha à empresa. A conclusão que chegaram é que a comunidade não pode ser vista como uma inimiga, mas como parceira.
Mesmo não sendo a maioria, boa parte das escolas já tem agido ou procurado agir da melhor forma possível com a comunidade. Para o bom entendimento do assunto e servir de inspiração para os dirigentes educacionais, eis alguns exemplos de práticas exitosas.
Havia um bar muito próximo à faculdade e, muitas vezes, o som dos carros atrapalhava demais as aulas, como também incomodava a vizinhança. A direção procurou o proprietário do bar, relatou o problema e pediu ajuda na solução. Reuniram-se outra vez e pactuaram que seria colocado um cartaz sobre o assunto. Os garçons foram orientados a abordarem os clientes de forma gentil e na busca de um convencimento. O resultado foi excelente. O principal foi o bom relacionamento que ficou entre a faculdade e o bar.
Um grande colégio foi construído bem próximo a uma comunidade carente. A obra incomodava os vizinhos. A atividade da escola ia alterar a rotina da comunidade. O Diretor, percebendo que isso não era bom, procurou o líder comunitário, convidou-o para visitar a obra e conhecer como a escola ia desenvolver o seu trabalho. Instalou-se um clima de relacionamento formidável e duradouro.
Uma faculdade foi transferida para um prédio de vários andares. O diretor percebeu que ia alterar a rotina da vizinhança. Ficou preocupado. Resolveu redigir um texto expondo a chegada da faculdade e colocando-se à disposição para solucionar qualquer problema. Foi às salas de aulas e orientou os alunos a respeitar a vizinhança, zelando pelo merecido sossego dela.
No Conjunto Ceará, uma escola ao completar 30 anos de existência resolveu realizar uma alvorada, acordando a vizinhança com músicas agradáveis, tocadas pela banda que desfilava nas ruas próximas. Era o “BOM DIA CONJUNTO CEARÁ”, que a escola carinhosamente oferecia. As emoções tomaram conta de todos.
Muitas outras ações podiam ser citadas, mas as acima compartilhadas são suficientes para mostrar que atitudes gentis e respeitosas geram um relacionamento saudável e duradouro. 

José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com   

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A ESCOLA E A PREVENÇÃO AOS MAUS TRATOS À CRIANÇA.


A sociedade brasileira já formou a consciência de que é necessário prevenir e combater a violência doméstica contra criança e adolescente. E nessa prevenção e combate a participação da escola é fundamental. No Estado do Ceará, toda escola, pública ou privada, está autorizada a criar uma comissão denominada “Comissão de Atendimento, Notificação e Prevenção à Violência Doméstica Contra Criança e Adolescente”. Isso por força da Lei Estadual de nº 13.230, de 27.06.2002. Justifica-se a criação dessa Comissão por parte da escola, não só pelo aspecto legal, mas, principalmente, pelo seu valor social.
É importante lembrar que maus tratos não ocorrem apenas na classe social mais baixa. Eles estão presentes também nas demais classes sociais. São praticados, às vezes, pelo vizinho, por um parente, por um empregado da casa ou por pessoas que nunca imaginamos. E nessa ocasião a escola pode ser muito útil, pois a maioria absoluta dos maus tratos à criança acontece no ambiente doméstico, o que dificulta a identificação. Isso é estarrecedor, mas é a pura verdade.
A atuação da escola deve ser precedida de cuidados especiais. Se não for adequadamente conduzida, pode acarretar um mal estar com as famílias, dada a delicadeza de se interferir no modo de como os pais ou responsáveis estão tratando seus filhos ou dependentes. Daí porque a escola precisa ficar atenta ao seguinte: a) nunca criar um clima de terror diante de qualquer sintoma, deduzindo logo que está havendo maus tratos; b) ao constatar qualquer indício de maus tratos, apurar de forma discreta e muito sigilosa; c) no momento que for abordar os pais ou responsáveis sobre o assunto, que se faça com naturalidade, da mesma forma que se trata de qualquer outro problema educacional; d) se durante a abordagem, os que forem chamados utilizarem de subterfúgio ou intimidação à escola, educadamente deve-se mostrar a seriedade do caso e a responsabilidade legal da escola; e) evite-se, a todo custo, polêmica e desentendimento, devendo manter-se sempre o clima de respeito, cordialidade e profissionalismo na apuração da ocorrência; f) nunca dê margem a se cogitar em constrangimento ou falta de sigilo que o caso requer; g) as professoras e os professores sejam orientadas(os) a ter um olhar vigilante, atentos para identificar qualquer alteração física ou psicológica em seus alunos, e, em percebendo, comunicar de imediato à coordenação ou direção para receber orientação dos procedimentos a seguir. 
Diante de tudo isso, não custa nada arregaçar as mangas e administrar, com competência e cuidado, mais uma das muitas missões que nos são confiadas. Esse é mais um desafio para nós educadores. Mãos à obra.  

José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Vidas Preciosas

Li na Folha de São Paulo. Durante toda a leitura, emocionei-me várias vezes. Passei um bom templo parado, refletindo sobre tudo que acabara de ler. Ora, impressionado com a beleza da criatura humana, nas pessoas de Jardel e Caroline; ora, indignado com a violência dos assaltantes. Preferi ficar mais tempo admirando o relacionamento do casal e o sonho que eles acalentavam de um mundo melhor. Por isso, divido com os meus amigos o texto, numa forma de homenagear esse belo casal.

(...) Depoimento a
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

O servente de obras Jardel Alves do Nascimento, 24, presenciou a morte da namorada Caroline Silva Lee, 15, em um assalto no domingo em Higienópolis, região central de São Paulo. Jardel afirma que faltou ajuda quando tentava evitar a morte da garota. No HC (Hospital das Clínicas), diz ele, ela teve de esperar por socorro. O hospital, em nota, afirma que o atendimento foi imediato.

Veja seu depoimento:*

Foi tudo muito rápido. Vínhamos conversando sobre minha tatuagem, que ela queria retocar pela manhã, e de sua primeira aula de acupuntura marcada para às 9h.

Eles chegaram dizendo "passa a bolsa, passa a bolsa." Foi um susto. Eram dois. Um deles estava armado.

Não reagimos. Apenas tentei puxar Caroline para atrás de mim, escondê-la, mas não deu tempo. Um veio por trás e puxou minha mochila.

O outro ficou agarrado na mochila dela. Ela não queria entregar. "Eu vou atirar, eu vou atirar", dizia ele.

O mais valoroso na mochila, para ela, não eram os celulares. Eram seus desenhos que adorava fazer e seus materiais de escola. Ela adorava estudar. Tinha uma bolsa de estudo do colégio São Luís.

O rapaz encostou a arma e puxou o gatilho. Não tive como reagir. Ele atirou com a arma próxima ao corpo dele. Não esticou o braço. Com certeza ele é um ladrão experiente. Fugiram sem demonstrar nenhum arrependimento.

Caroline caiu. Só tinha um pouco de sangue na boca e um raspão no olho. Nem percebi onde os tiros pegaram. Só fiquei sabendo depois.

Corri para o meio da rua para pedir ajuda. Ninguém parava. Ninguém me ajudava.

Tive de sair da frente dos carros para não ser atropelado. Uma mulher da janela de um prédio gritou que estava chamando socorro.

Tentei fazer respiração boca boca, fazer massagem cardíaca. Ela tinha asma. Tentava não deixá-la apagar de vez.

Passaram-se mais de dez minutos até as pessoas desceram dos prédios. Caroline já estava sem pulsação. Não adiantava mais.

No hospital, ainda ficou numa maca esperando para ser atendida. A médica disse que não poderia atender naquela hora porque a sala estava lotada. Mesmo se tivesse alguma chance, Caroline não teria sido salva no Hospital das Clínicas.

Deveria ser obrigatório os políticos utilizarem o mesmo sistema de saúde que oferecem às pessoas. Eles estão de boa porque não precisam.


Eduardo Knapp/Folhapress



'QUE SOFRAM'

Para muitas pessoas que estão no poder, eu sou um lixo. Mas meu propósito sempre foi ajudar as pessoas. Ter uma sociedade melhor.

Caroline pensava da mesma forma. Até por isso a gente se amava. Eu sou muito difícil de me apegar às pessoas. Com ela foi diferente.

Fazia um ano que morávamos juntos. Morávamos de favor na academia Arte Nobre. Sou faixa verde em Kung Fu, ela era vermelha.

Ela veio morar comigo, faz cerca de um ano, para me alimentar. Eu tinha acabado de perder o emprego, estava arrasado, ela usava seu vale refeição. Eram R$ 200 mensais.

Muitas vezes chegava o final no mês e o dinheiro tinha acabado. Ela nunca reclamou. Comia o que eu comia.

Ela não era apegada a coisas materiais. Eu nunca consegui pagar um almoço melhor para ela. Mas Caroline nunca reclamou disso.

A gente viveu o mais simples possível. Ela nunca quis ser algo que não poderia ser. Éramos contra o capitalismo.

Queríamos a faixa preta e montar juntos uma academia em Cascavel, no Paraná, onde moram parentes meus.

A primeira regra da nossa academia é treinar o corpo e o espírito para a paz.

Infelizmente, meu desejo é que aqueles três sofram. Sofram o mesmo que sofro hoje.

Conheci Caroline na Augusta há um ano e meio. Ela estava com a melhor amiga, Beatriz. A mesma que foi cumprimentar na noite de sua morte.

O que me impressionou foi como era responsável apesar da pouca idade. Tinha uma ideia forte que a gente não vê.

A acupuntura era muito importante para ela. Era uma forma de homenagear a profissão e a memória do pai.

Ela também queria ser tatuadora. Desenhava muito bem. Tenho uma tatuagem no peito feita por Caroline. Eu criei a frase, eu gosto de vampirismo, e ela tatuou. Deixei ela treinar no meu corpo. Ela queria retocar pela manhã.

Minha próxima tatuagem será em homenagem à Caroline. Ela tinha uma tatuagem de um símbolo chinês que significa eternidade.

Para mim, ela será eterna.


Jornal Folha de São Paulo

QUARTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2012