É consenso entre os
estudiosos do comportamento humano que a vida em condomínios é um excelente
laboratório para o exercício da cidadania. Fica entre a família, que é o
ambiente mais importante para crescimento pessoal, e a sociedade, campo mais
amplo para a aprendizagem.
A
importância da vida em condomínio é patente. Nele
busca-se o viver da melhor forma possível. É lá que se encontra o nosso ninho,
que é a própria família, estreitamente ligado a uma árvore, que é o condomínio.
Ambos são por demais importantes. Zelar por eles se torna algo prioritário.
A
convivência em condomínio é regulada por uma Convenção e um Regimento, ambos aprovados pelos
condôminos. Neles são contemplados princípios básicos que nortearão as
políticas, normas e regras de convivência, que entendemos ser o melhor para
todos. Elege-se um Síndico para conduzir bem essa pequena vida comunitária.
Há
condomínios que exageram em suas determinações. Às vezes
as exigências têm como foco mais a finalidade policialesca do que a de
guardadora. Quanto não é a composição do Condomínio é, às vezes, o Síndico que
tem atuação com excesso de rigidez. Nesses casos, a vida em comum se torna
complicada.
Ainda
bem
que há Condomínios e Síndicos que são um primor de respeito aos condôminos e de
cuidados em proporcionar uma vida comunitária prazerosa. O foco deles é sempre
a boa convivência. Buscam a felicidade plena através de uma atuação firme e,
acima de tudo, educativa. Têm
consciência que o condomínio é o melhor laboratório para o exercício da plena
cidadania.
É
oportuno destacar alguns
aspectos que podem ajudar no aperfeiçoamento da vida em condomínio.
1- É fundamental ter obediência total às normas preestabelecidas. Não
importa qual. Todas devem ser respeitadas. Por mais simples que sejam: não
pisar na grama; não jogar lixo no chão; não entrar molhado no elevador; não
buzinar para entrar ou sair do prédio; não ultrapassar a velocidade de 10km;
não gritar demasiadamente, mesmo nas horas ou locais de lazer; deixar o local
requisitado limpo logo após a sua utilização e tantos outros mais.
2- Podem ser
feitas críticas e sugestões ao Síndico, mas não esquecer também de dar uma
palavra de apoio e incentivo. Ele precisa sentir que não está só,
principalmente quando tiver de ser rigoroso, caso alguém não se disponha a
obedecer as norma ou atender ao solicitado.
3- Nunca esquecer que
estamos no mesmo barco e que juntos, podemos adquirir um estágio de convivência
dos mais excelentes. Queremos ser felizes e essa felicidade passa por morar
bem. Por isso, mesmo contra a nossa vontade, em alguns momentos, ceder é
necessário. Nada justifica o desrespeito às regras de convivência social. Elas
existem para facilitar a vida de cada um. Passar por cima delas só faz
atropelar o bem estar coletivo.
4- Devemos redobrar a
atenção às crianças, adolescentes e jovens. Eles encantam e dão vida ao
ambiente. Como é lindo ver crianças, adolescentes e jovens em um vai e vem
impressionante. Eles expressam alegria, força e juventude. São todos diferentes
e comuns ao mesmo tempo. Estão em formação. Para eles e para nós, a grande
lição da vida é: tudo tem regras e
limites. Aprender a respeitá-los é de fundamental importância para o
desenvolvimento e sucesso pessoal. Não é só em convivência social. Na
alimentação, no sono, nos estudos, nas amizades e tantos outros aspectos da
vida existem regras e limites. Quem desobedece não fica impune. O prejuízo e o
estrago virão, mais cedo ou mais tarde, e a conta é alta. Por isso, é bom
aprender cedo a não “passar por cima” das normas e dos limites.
5- Desrespeitar uma
regra ou limite é desrespeitar também um princípio. Os princípios são
fundamentais para a existência humana. Quando uma pessoa, por comodidade
pessoal, deixa a algo prendendo a porta do elevador, não desrespeita apenas a
uma regra, mas também ao princípio de facilitar a mobilidade, o ir e vir das
pessoas. Do mesmo modo, quando uma pessoa transita molhada pelo pátio e
corredores, não está apenas desrespeitando uma regra. Está desrespeitando o
princípio de segurança das pessoas, o que acaba provocando acidente, mutilando
vidas.
Como se percebe, nada é por
acaso. Tudo tem um sentido na vida.
José Milton de Cerqueira
Educador e Advogado
jmcblogger@gmail.com
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